Os futuros do petróleo fecharam a segunda-feira (25) em alta, impulsionados pelas perspectivas de queda na oferta global da commodity, à medida que o Iraque anunciou cortes em sua produção e a Líbia viu interrupções nas exportações devido a disputas salariais.
Os preços do West Texas Intermediate (WTI) para março subiram 0,95%, aos US$ 52,77 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), enquanto os futuros do Brent para o mesmo mês subiram 0,84%, aos US$ 55,88 o barril, na ICE, em Londres.
“O Iraque, surpreendentemente para outros membros, que quase tinham perdido as esperanças em seu cumprimento com as cotas, prometeu reduzir sua produção de petróleo em janeiro e fevereiro, para compensar a a cota excedida em 2020”, disse Bjornar Tonhaugen, chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy, em nota.
O Iraque anunciou que planeja reduzir em 3,6 milhões de barris por dia a produção de petróleo em janeiro e fevereiro, o que colocaria o nível abaixo dos 3,86 milhões de barris por dia permitidos pelo acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, um grupo conhecido como Opep +. Os cortes mais profundos visam compensar a superprodução do país em 2020.
“Se o Iraque conseguir reduzir a produção a esses níveis, será a menor produção que vimos deles desde 2015”, disse Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING, em nota. “No entanto, dado o histórico do Iraque de ficar aquém dos cortes de produção, não há garantia de que eles irão cumprir essa meta.”
“Os mercados só podem se beneficiar de mais cortes de produção, já que os sinais de baixa estão vindo pela ótica da demanda, com infecções de covid-19 continuando a se expandir globalmente e a temporada de manutenção de refinarias chegando”, disse Tonhaugen.
Ainda assim, com toda aquela produção de petróleo cortada da Opep +,“quando a aliança finalmente decidir que é hora de trazer de volta sua máquina de petróleo a toda velocidade, o mercado pode enfrentar um grande choque”, disse.
Enquanto isso, a Reuters informou que a Guarda de Instalações Petrolíferas da Líbia suspendeu todas as exportações de petróleo dos portos de Ras Lanuf, Es Sider e Hariga devido a uma disputa salarial.
A Líbia já havia visto uma recuperação “excepcional” na produção de petróleo, observou Patterson, do ING, atingindo mais de 1,2 milhão de barris por dia em dezembro, depois de produzir menos de 100 mil barris por dia em agosto.
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden está pressionando pela aprovação rápida de seu pacote de alívio pandêmico proposto de US$ 1,9 trilhão, “um desenvolvimento interpretado pelo mercado como uma indicação clara de que o novo governo americano pretende dar início a uma recuperação econômica, que naturalmente vai beneficiar o consumo de combustível”, disse Tonhaugen.
Fonte: Broadcast / Ag.Estado
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