Acredito que seja uma das mais jovens mulheres a assumir uma função em nível de gerência no setor de gás canalizado.
Tenho 26 anos. Em 2017, ingressei na Companhia de Gás do Ceará (Cegás) como Analista Técnica de Engenharia no setor comercial. Em 2018, após 10 meses de atividade, fui convidada pela Diretoria para assumir a Gerência Comercial da Cegás.
Vejo essa promoção, quando ainda tinha 23 anos, como uma grande conquista pessoal. Eu me identifico muito com a minha área e minha expectativa é evoluir com a companhia. A Cegás tem atingido resultados nunca alcançados e o que mais me entusiasma é saber que tenho participação nisso.
Sou formada em Engenharia Civil. Eu me interessava bastante pela atividade de gás canalizado desde os tempos da faculdade em Fortaleza. E não seria o fato deste ambiente historicamente ter mais homens que mulheres que diminuiria meu interesse, sobretudo no âmbito profissional.
A Cegás tem muitas mulheres em níveis gerenciais, o que talvez seja um indicativo de que as mulheres estejam ocupando mais espaço no setor. No entanto, acredito, sim, que exista no País um certo preconceito com relação a mulheres em cargos de liderança.
No meu caso, já percebi algum preconceito velado, sobretudo no início de algumas reuniões com pessoas externas que não me conhecem. E isso somente é sanado quando esses interlocutores percebem que eu tenho domínio do assunto e que sei o que estou falando.
Não tenho dúvidas de que a sociedade tem muito a avançar quanto ao reconhecimento de mulheres no mercado de trabalho. Se fosse uma corrida, não seria errado dizer que o homem sempre parte na frente. É como se a mulher tivesse o ônus da prova de mostrar que é uma boa profissional enquanto o homem começa essa corrida sendo visto de antemão como um bom profissional.
Na minha visão, ser homem ou mulher ou ter 20 ou 60 anos não é o que faz o bom profissional, mais sim suas características profissionais propriamente ditas.
Existem profissionais muito bons de diversas faixas etárias. O que vale é o comprometimento, a determinação e a força da vontade.
E o reconhecimento ao meu trabalho, mesmo sendo tão jovem, diz mais sobre a profissional que se doa e se dedica para atingir as metas traçadas pela empresa do que sobre a faixa etária em que estou inserida ou sobre o meu gênero.
Thaís de Melo Cunha é formada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará.