O segmento revendedor do gás de cozinha avalia como temporário e sem efeitos estruturais o programa da Petrobras de incentivo ao consumo do energético, anunciado ontem à noite pela empresa. A petrolífera vai gastar R$ 300 milhões, em 15 meses, para custear o acesso ao produto por uma fatia da população de baixa renda. O modelo do benefício ainda está sendo avaliado. Por isso, não se sabe quantos serão os beneficiados nem de que forma eles receberão o dinheiro.
“Em nossa avaliação, o governo federal precisa, urgentemente, implementar políticas públicas definitivas, especialmente, para o gás de cozinha. Essa camada da população não pode viver à mercê de ajudas temporárias, usando restos de madeiras de construções para cozinhar seus alimentos”, diz José Luiz Rocha, presidente da Abragás.
Os consumidores mais pobres têm tido dificuldade de comprar o gás de cozinha por causa do preço. Há anos, eles recorrem à lenha para preparar alimentos, o que fez com que, em 2018, a participação da lenha na matriz energética residencial superasse a do GLP. Atualmente, as participações são de 26% e 25%, respectivamente.
A situação piorou neste ano, com a alta das cotações do petróleo e seus derivados no mercado internacional. Como a Petrobras utiliza os preços externos para calcular os valores de seus produtos, oscilações da commodity e do câmbio afetam o mercado interno e o comportamento dos consumidores.
Levantamento da ANP mostra que o gás de cozinha está sendo vendido a R$ 98, em média, no País. Em agosto do ano passado (o dado de setembro não foi disponibilizado pela agência), o produto custava R$ 67. Com essa alta, o consumo diminuiu na revenda, de acordo com Rocha. “Na quarta (29), foi aprovada, na Câmara dos Deputados, a proposta que cria o Gás Social, que agora segue para o Senado. Esperamos que seja aprovado e implementado o mais rapidamente possível pelo governo federal”, afirma Rocha.
Fonte: Broadcast / Ag.Estado
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