A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), empresa controlada pela Brookfield e responsável pela gestão de uma malha de gasodutos que se estende entre os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, espera realizar, no primeiro semestre de 2022, duas chamadas públicas para oferta de capacidade de sua infraestrutura.
O presidente da companhia, Wong Loon, conta ao Valor que a ideia é realizar, no primeiro trimestre, uma chamada para contratação da capacidade disponível do sistema. A Petrobras, no âmbito do compromisso assumido com o Cade, abriu mão da exclusividade dos contratos com as transportadoras e declarou a sua real demanda. Os dados sobre a sobra na malha estão sendo processados.
Até lá, para atender parte da demanda imediata do mercado, Loon afirma que a NTS prepara contratos extraordinários, de curto prazo. A ideia, a depender dos trâmites junto à ANP, é oferecer o serviço até o fim deste ano.
Ainda para 2022, a NTS tem planos de promover uma chamada pública para contratação do gasoduto Itaboraí-Guapimirim (Gasig). O empreendimento, de 11 quilômetros, fará a conexão entre a unidade de processamento (UPGN) da Petrobras no GasLub (antigo Comperj) e a malha nacional de gasodutos. Este promete ser o primeiro gasoduto a ser construído no Brasil após a aprovação da Nova Lei do Gás — que encerrou o regime de concessão e voltou com o modelo de autorização, para construção de novos gasodutos.
O Gasig chegou a ser anunciado, na década passada, como o primeiro gasoduto a ser licitado sob o regime de concessão do país, mas as obras de construção da UPGN do Comperj atrasaram e o empreendimento nunca saiu do papel.
O gasoduto Itaboraí-Guapimirim faz parte do plano de investimentos de cerca de R$ 950 milhões da NTS, em cinco anos. O montante também inclui as obras de interconexão das malhas de gasodutos da companhia e da TAG, em Cabiúnas, em Macaé (RJ), e outros investimentos em operação e manutenção da infraestrutura. Leia mais: Transportadoras de gás natural no país integram operações.
“Mas esperamos que sejamos demandados a investir mais, fruto de novos entrantes [no mercado de gás]”, disse.
Loon conta, ainda, que a NTS debate com as demais transportadoras a construção de uma espécie de “corredor do pré-sal”, a partir de ajustes na infraestrutura, para direcionar o aumento da oferta de gás no pré-sal, nos próximos anos para os mercados consumidores, sobretudo de São Paulo e região Sul.
Num primeiro momento, a ideia é instalar novas estações de compressão para reforçar o atual sistema. Para o futuro, se houver demanda, o plano é ampliar a malha de gasodutos.
“A curva de oferta vai quase que dobrar em cinco, seis anos no pré-sal. A entrada do pre-sal é no Rio… [Do lado da demanda] O maior PIB é em São Paulo e há um mercado maduro, clamando por gás no Sul. Temos que ser proativos, nos apresentamos como solução para o produtor”, afirmou Loon.
Fonte: Valor Online
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