Petrobras vê nova “demanda atípica” por parte de distribuidoras de combustíveis brasileiras e já comunicou ao mercado que não atenderá todos os pedidos de entregas de produtos em dezembro, a exemplo do que ocorreu em novembro.
Executivos do setor, mais uma vez, alertam para risco de desabastecimento, caso os preços praticados pela estatal em suas refinarias não justifiquem a importação, por empresas privadas, de produtos mais caros no exterior.
A Petrobras afirma que os pedidos têm sido maiores do que o normal e defende que há outras empresas no Brasil habilitadas a importar os produtos. Por falta de capacidade de produção, entre 20% e 25% do mercado brasileiro de diesel é atendido por importações.
“Assim como no mês de novembro, os pedidos de diesel encaminhados pelas distribuidoras para o mês de dezembro foram atípicos e superiores ao mercado esperado para este período”, disse a estatal, em nota.
Ajuste de preços
A Petrobras não reajusta os preços da gasolina e do diesel há um mês. Segundo projeções do mercado, os últimos aumentos não foram suficientes para cobrir toda a defasagem em relação ao preço internacional, em um sinal de que a estatal vem trabalhando com um patamar mais baixo de preços.
No caso da gasolina, haveria espaço para um reajuste de 6%, segundo projeção mais recente do economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez. Ele não descarta, porém, uma redução dos preços, caso esteja correta a hipótese de que a empresa admite trabalhar com deságio.
A diferença entre os preços internos e as cotações internacionais é motivo de preocupação no setor de petróleo, já que a obrigação de importar produtos mais caros passa a ser de empresas privadas diante dos cortes nos pedidos de entrega pelas refinarias.
A Petrobras vem repetindo que aumentou a produção em suas refinarias, mas uma parcela do mercado continuará sendo atendida por importações. Atualmente, diz a empresa, as refinarias estão operando com 87% de sua capacidade.
Fonte: Valor Online