A previsão de o gás natural ficar mais caro em 2022 para os consumidores está preocupando a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), que publicou um posicionamento nesta quarta-feira (05) sobre o assunto. Para os empresários, o aumento de preço pode colocar em xeque a retomada do crescimento econômico.
O setor industrial corresponde por quase metade (46,6%) do total de gás consumido no Estado, segundo a Federação. A previsão é o aumento de até 40% no preço do insumo para o consumidor final, sendo cerca de 30% a partir de janeiro, em função das mudanças na metodologia de cálculo do preço da molécula de gás natural pela Petrobras.
“A liminar concedida pela Justiça do Espírito Santo para impedir o aumento do preço do gás natural é uma importante decisão e traz alívio para os consumidores industriais, comerciais e residenciais do Estado, uma vez que somente o reajuste previsto para 1º de janeiro era da ordem de 50%, o que traria um impacto de cerca de 30% no preço final ao consumidor”, comentou a presidente da Findes, Cris Samorini.
Livre Concorrência
Conforme o posicionamento, “Enquanto não houver livre concorrência, há necessidade de a Agência Nacional de Petróleo (ANP) impor limites ao monopolista, no caso a Petrobras, e arbitrar reajustes mais aderentes à realidade nacional”. Cris Samorini ratificou os esforços da Findes para impedir o aumento de preço do produto e na diversificação de fornecedores.
“A Findes tem atuado em várias frentes para evitar que o custo do gás fique mais elevado. Entre elas, presença nas discussões com Governo do Estado e ES Gás para traçar estratégias que evitem a disparada dos preços do insumo. Também pleiteou junto à Secretaria de Estado da Fazenda a redução da alíquota do ICMS dos atuais 17% para 12%. O pedido já foi encaminhado e está em análise pela Sefaz. A Federação vem trabalhando ainda para tornar o setor mais competitivo e para incentivar a participação de fornecedores alternativos nesse mercado”, afirmou.
Outro ponto destacado no posicionamento é que o Estado produz cerca de três vezes mais do que consome, o que para a Findes indica oportunidade de estimular o segmento e a cadeia produtiva do seu entorno. Segundo dados divulgados pela Federação, o Espírito Santo é o 8º maior estado consumidor de gás natural do país, com 4% do consumo nacional.
Retomada do Crescimento
Para a Findes, o aumento dos custos para os cerca de 65 mil consumidores capixabas, sejam eles comerciais, industriais ou residenciais, pode colocar em xeque a retomada do crescimento econômico.
“Vale destacar que o gás natural tem relevante papel na Indústria capixaba. O setor industrial corresponde por 46,6% do total de gás consumido no ES. Portanto, a elevação do custo do insumo pode impactar negativamente a perspectiva de retomada do crescimento econômico, a atração de empresas para o Estado, a expansão de plantas industriais, a geração de empregos e o estímulo à utilização de uma fonte de energia que reduz a emissão de gás carbônico na atmosfera”, explicou Samorini.
Petrobras
Em seu posicionamento, a Findes destaca ainda que “compreende o posicionamento da Petrobras – fornecedora da molécula do gás natural – de alinhar a sua política de preços à do mercado internacional, porém, é necessário que os atores públicos adotem medidas mais efetivas e urgentes de modo a destravar o setor. É papel das gestões públicas criar condições para o bom ambiente de negócios e o crescimento da economia”.
Fonte: ES Brasil
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