A Copa Energia, dona das marcas Copagaz e Liquigás, fechou acordo de cooperação com a USP para desenvolver o projeto BioGLP. Durante os próximos quatro anos, a instituição e a empresa realizarão pesquisas envolvendo o combustível, visando identificar os caminhos para produzir o BioGLP no Brasil.
BioGLP é um combustível renovável, desenvolvido a partir de fontes como lixo, bagaço da cana-de-açúcar e óleo vegetal, entre outros, com desempenho idêntico ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) de origem fóssil, que é comercializado atualmente. Com isso, embora em termos químicos o produto exerça a mesma função que o GLP de origem fóssil, emite até 80% menos carbono na combustão.
“O BioGLP engatinha no mundo e no Brasil também; investem muito em biodiesel e querosene de aviação e o GLP acaba sendo um subproduto, como é no próprio refino”, diz o vice-presidente de Estratégia e Mercado da Copa Energia, Pedro Turqueto.
A ideia é que o projeto BioGLP desenvolva uma modelagem para a produção do BioGLP no País, o que inclui a identificação das melhores fontes e tecnologias em diferentes áreas geográficas brasileiras, além de possíveis desenhos de biorrefinarias, que também poderão produzir outros combustíveis. “A ideia é que no final a gente tenha essa modelagem, para que possa fazer esse investimento, e tenha pessoas capacitadas para fazer parte do projeto”, disse Turqueto.
Ele comentou que o BioGLP já é pauta de outros projetos da Copa Energia. Por isso, considera que é possível vislumbrar alguma produção do energético a partir de 2025. “Vai continuar sendo um mercado de nicho, porque o combustível de origem fóssil ainda será mais barato, mas vemos, com o tema de ESG (práticas ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês), empresas querendo consumir energia mais limpa, e tem quem esteja disposto a pagar um prêmio por isso”, disse.
A Copa Energia afirma ser a primeira e única empresa da América do Sul a tomar iniciativas para a produção do BioGLP. Segundo a empresa, o continente Europeu, representado pela “Liquid Gas Europe”, e os Estados Unidos já estão produzindo e comercializando o produto em pequenas quantidades desde o final de 2017. A ideia é que o mercado europeu de GLP se torne 100% renovável até 2050.
Turqueto defende que o GLP não só é um energético de transição, como também de “destino”. “Num futuro, em 30 a 40 anos, vamos continuar consumindo GLP, com a infraestrutura que temos hoje, de tancagem e rede de revenda, essa energia vai chegar para o consumidor, mas em vez de chegar por meio de molécula fóssil, será por meio de alguma fonte de energia renovável”.
Fonte: Broadcast / Ag.Estado