Os contratos de fornecimento de gás natural da Petrobras com as distribuidoras de gás canalizado podem ter um reajuste de 40% em 1º de maio, aponta o presidente da consultoria Gas Energy, Rivaldo Moreira Neto.
A estimativa leva em consideração cálculos preliminares até a semana passada. Isso ocorre porque os contratos são reajustados de maneira trimestral e, nos últimos três meses, a guerra entre Ucrânia e Rússia levou a um forte aumento nos preços no mercado internacional.
Moreira Neto lembra que um dos principais fatores que influencia os preços praticados pela Petrobras no país é o preço do barril tipo Brent, principal referência internacional para a commodity. Entre fevereiro e março, o Brent chegou próximo à casa dos US$ 130 por barril, mas nos últimos dias tem se estabilizado próximo aos US$ 100. Moreira Neto acho improvável que os preços caiam significativamente nas próximas semanas, dada a dificuldade da ampliação de oferta global.
“É muito difícil prever o que acontece com o petróleo, mas é um fato que as condições atuais permanecem muito desafiadoras. Mesmo com os preços mais altos, não percebemos um aumento da oferta. Uma parte importante da produção de petróleo e gás dos Estados Unidos foi reduzida estruturalmente depois da pandemia”, explica.
Ele lembra, por outro lado, que o alívio do câmbio ainda pode ajudar a fazer com que os reajustes nos preços do gás sejam suavizados.
Hoje a Petrobras é responsável por atender cerca de 75% do mercado nacional de gás canalizado. “A Petrobras é a grande supridora do mercado nacional e é quem estabelece os preços médios”, aponta o consultor.
Ontem, a Petrobras anunciou uma queda de 5,6% nos preços médios de venda para as distribuidoras do gás liquefeito de petróleo (GLP) nas refinarias, que passam de R$ 4,48 por quilo para R$ 4,23 por quilo a partir de hoje.
Com isso, o botijão de 13 quilos, usado como gás de cozinha, passará ao preço de R$ 54,94, redução média de R$ 3,27 em relação ao preço anterior, de R$ 58,21 por cada botijão. os preços médios de venda para as distribuidoras do gás liquefeito de petróleo (GLP) nas refinarias de R$ 4,48 por quilo para R$ 4,23 por quilo a partir de amanhã.
Logo após o anúncio, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) afirmou em nota que a redução é um indicativo de que a empresa tem capacidade ofertar o combustível a preços mais competitivos. “Como representante do setor de distribuição de gás natural, a Abegás faz um apelo à Petrobras para que adote o mesmo tratamento ao gás natural”, disse.
Hoje, o gás natural canalizado atende cerca de 4 milhões de clientes residenciais, comerciais, industriais, além de usuários de gás natural veicular (GNV). Moreira Neto lembra a diferença entre a dinâmica dos reajustes no GLP e do gás natural é a periodicidade pré-estabelecida nos contratos de gás natural, o que não ocorre no caso do GLP, que pode ter preços alterados a qualquer momento. “A dinâmica de preços entre os produtos é diferente”, afirma Moreira Neto.
Fonte: Valor Online
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