O reajuste de 8,87% nos preços do diesel nas refinarias, a Petrobras endereça a solução de um problema – o risco de desabastecimento no diesel –, mas ainda falta resolver outro: a defasagem na gasolina. Cálculos de agentes do mercado mostram que a gasolina vendida nas refinarias da Petrobras, no mercado doméstico, tem diferença a menor de dois dígitos em relação ao mercado global.
A consultoria Stonex indica defasagem de 10% em relação preço de paridade internacional (PPI), enquanto os importadores reunidos na Abicom falam em um percentual de 19%. Luiz Carvalho, analista de petróleo e gás do UBS BB, diz que o reajuste no diesel mostra a independência da Petrobras e também a preocupação da empresa com o abastecimento do mercado doméstico. “[O reajuste]É natural e necessário”, disse Carvalho. Ele classificou como “sensata” a decisão da Petrobras de não repassar toda a defasagem no diesel de uma vez só. As estimativas são de que a diferença no diesel, na sexta, estava na casa dos 20%.
Depois do reajuste no diesel, os cálculos são de que o produto ainda teria uma defasagem entre 11% (Abicom) e 12% (Stonex) em relação ao PPI. Há, no entanto, outra variável a ser considerada que é o fato de o diesel ter se “descolado” do preço do petróleo nas últimas semanas, mantendo viés de alta. O analista do UBS BB disse que, enquanto o diesel tem uma situação de oferta e demanda mais apertada, a gasolina tem maior disponibilidade de produto no mercado internacional.
No mercado doméstico, o risco de problemas de suprimento na gasolina é menor, pois o produto pode ser substituto pelo etanol, diz Sérgio Araújo, presidente da Abicom. Mesmo depois do reajuste do diesel, os importadores independentes ainda têm dificuldades para importar dada a defasagem que ainda existe, diz Araújo. Felipe Perez, da S&P Global, disse que o reajuste no diesel resolve “temporariamente” a situação.
Fonte: Valor Online
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