O presidente da Compass, Nelson Gomes, disse nesta quinta-feira (26) que o corte de 30% no fornecimento de gás natural da Bolívia ao Brasil, a partir deste mês, “não preocupa” a companhia, do ponto de vista da segurança do abastecimento.
Segundo ele, o episódio reforça, no entanto, a importância do Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), em construção pela empresa do grupo Cosan no Porto de Santos. O ativo deve começar a operar em 2023, com capacidade de regaseificação licenciada de 14 milhões de m³/dia.
“Olhando para trás, para dez a quinze anos atrás, vemos que nos períodos mais frios, no inverno, existe uma mudança no fluxo do gás boliviano em direção à Argentina. Não é uma novidade deste ano, sempre aconteceu. Não sei quantificar se foi mais ou menos este ano. Sei que, olhando para a Petrobras como supridor [da Comgás], nunca tivemos problemas de suprimento. Não acho que devemos nos preocupar. A Petrobras tem diversas fontes”, disse o executivo.
Ao comentar sobre a importância do TRSP, ele destacou que o ativo permite à companhia diversificar as fontes de suprimento. A Compass tem acordo com a Total Gas and Power para o potencial suprimento de 10 milhões de m³/dia de GNL, por dez anos.
“O TRSP não é um ativo que precisa ser usado, obrigatoriamente, mas precisa estar disponível para qualquer tipo de eventualidade… Por essas mudanças [como a redução do volume de gás da Bolívia], por essas necessidades, é que precisamos ter acesso a uma fonte de gás confiável, competitiva e flexível, como é a proposta do TRSP”, completou.
Solução para o Subida da Serra
Gomes acredita que a ANP e a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) chegarão a “um bom termo” sobre as divergências em relação à classificação do gasoduto Subida da Serra.
“Desde que houve a divergência, a Arsesp entrou em campo para debater com a ANP, isso continua sendo discutido entre as partes. Acho que as duas agências vão conseguir encontrar um bom termo. Ninguém discute que essa é uma obra necessária para o país. Só precisamos entender como, regulatoriamente, acomodar as divergências de opinião. Mas [os órgãos reguladores] estão engajados em encontrar uma solução”, afirmou.
Fonte: Epbr
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