O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse nesta quarta (10) que a Petrobras irá investir US$ 11 bilhões para assegurar a exploração e produção de gás e complementar a infraestrutura para escoamento do produto. Tolmasquim afirmou que a estatal está em um bom caminho.
“Vemos um choque positivo na oferta de gás”, disse. “Choque de oferta corresponde a 50 milhões de metros cúbicos por dia, que num espaço de tempo curto entrarão no mercado.”
“Parte desse montante entra para repor produção declinante de campos atuais.” Tolmasquim disse que mais US$ 6 bilhões serão investidos em novas fronteiras de gás. “Anúncio de desenvolvimento de bloco BM-C-33 é importante no contexto do aumento da oferta. Estamos falando em 14 milhões de m³/dia de gás natural processado, 15% do atual mercado de gás”.
Tolmasquim disse que a empresa está fazendo investimentos para aumentar a oferta de gás natural no país. Questionado sobre as declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, segundo as quais a Petrobras estaria boicotando a expansão da oferta e o escoamento do gás natural no país, na semana passada, em audiência na Câmara dos Deputados, Tolmasquim preferiu não comentar.
Ele disse não ter ouvido a afirmação do ministro nem sabe qual foi o contexto da declaração. Segundo Tolmasquim, a empresa está aportando recursos para elevar a produção do insumo no país, de modo que nos próximos cinco anos, o país poderá viver “um choque de oferta positiva”.
O executivo reiterou que a Petrobras deve colocar no mercado 50 milhões de m³/dia nos próximos anos, o que corresponde à metade da demanda termelétrica quando todas as usinas estão acionadas a pleno — o que acontece em situações de escassez de chuvas.
“Quando a demanda é normal, esse número corresponde a uma fatia muito maior”, explicou. Tolmasquim disse ainda que a Petrobras está analisando o destino da participação da empresa na TBG, empresa de transporte de gás natural, responsável pelo escoamento do gás da Bolívia para o Brasil. Ainda não há prazo para uma decisão final, mas segundo ele, não haverá “privatização” no curto prazo.
Tolmasquim destacou ainda que a Petrobras tem como desafio descarbonizar os processos da empresa, que envolvem a cadeia de valor da companhia. O executivo destacou que no escopo 1 e 2, a empresa “está muito bem”, mas precisa evoluir no escopo 3. Escopo 1 envolve emissões de gases de efeito estufa relativas a operações diretas da empresa, como consumo de combustíveis, enquanto o escopo 2 trata de emissões relativas ao uso de energia elétrica. O escopo 3 envolve emissões indiretas, na cadeia de valor da empresa, como matérias-primas e consumo em viagens a trabalho.
O primeiro desafio para que a descarbonização se concretize na Petrobras passa por preços competitivos, na visão dele, que vê um cenário positivo, com queda de 19% nos preços internacionais do insumo. Para Tolmasquim, o caminho para descarbonizar operações será por meio de parcerias. “Elas ajudam a compartilhar experiências”, disse.
Fonte: Valor Online
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