A Petrobras negocia sete novos contratos de fornecimento de gás natural para os próximos anos, considerando a entrada em operação de projetos que ampliarão a oferta do insumo a partir de 2024 e 2028 e poderão reduzir os preços do energético, afirmaram fontes com conhecimento do assunto.
Os novos acordos vão se somar a dois importantes acertos fechados pela petroleira desde o fim de junho com a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS), de cerca de R$ 7,6 bilhõess, e com a Copergás, de Pernambuco, de aproximadamente R$ 6,7 bilhões.
O primeiro dos três projetos previstos para entrar em operação é o Rota 3, em 2024, com um gasoduto de capacidade para 18 milhões de m³/d.
Os outros dois projetos, previstos para 2028, estão em águas profundas de Sergipe e Campos (no Rio de Janeiro), com gasodutos que somam capacidade de 18 milhões de m³/d e 16 milhões de m³/d respectivamente, e a Petrobras desenvolve com parceiras.
A expectativa é que, com a oferta extra de gás, haja uma queda no preço médio do insumo no país, atualmente em cerca de US$ 12 por milhão de BTU, considerando o custo do transporte, segundo disseram as pessoas, na condição de anonimato.
As fontes não forneceram estimativas para a queda de preços, mas ponderaram que o recuo será limitado, com os valores ficando ainda elevados em relação aos praticados em outros grandes produtores globais, como nos EUA, onde há ampla extração de gás em terra e com baixos custos.
No Brasil, a produção de gás natural é majoritariamente associada a petróleo, no pré-sal, a 300 quilômetros da costa, em profundidade de lâmina d´água que pode chegar a 3 mil metros, o que demanda construção de infraestrutura de alto custo para o seu escoamento.
Pressão por preços mais baixos
Os novos contratos em negociação ocorrem em momento em que a Petrobras vem sendo pressionada pelo governo federal, em especial pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para ampliar a sua oferta, permitindo ainda uma queda de preços no país.
As fontes ponderaram que não haveria como ampliar a oferta imediatamente, uma vez que a infraestrutura de escoamento existente não permitiria.
Além disso, para ampliar a oferta, a companhia precisa justificar comercialmente seus projetos.
Hoje, cerca de 52% do gás natural produzido pela Petrobras é reinjetado, sendo que cerca de 80% desse volume é enviado de volta ao reservatório devido a presença de CO2 ou para aumentar a recuperação do petróleo, em medida que eleva a rentabilidade dos projetos e dos pagamentos de royalties, conforme pontuaram essas fontes. Os três novos projetos, que permitirão a ampliação da oferta nos próximos anos, contarão com investimentos de cerca de R$ 5,2 bilhões da Petrobras, entre 2023 e 2027.
Fonte: BOL / Reuters