A ANP autorizou a GNR Fortaleza a realizar o projeto-piloto de avaliação da qualidade da mistura biometano/gás natural. Com duração de seis meses, o controle de qualidade vai ocorrer nas dependências da Cegás.
A iniciativa visa aprofundar estudos técnicos da mistura entre os combustíveis para estimular tanto a produção quanto o uso do gás renovável na rede de gás canalizado. Cabe destacar que a entrega do produto ao consumidor final está garantida, pois é controlada pela concessionária.
Em nota, a agência informou que a fase final do processo deve “demonstrar que os produtos resultantes do arranjo operacional entre a GNR Fortaleza e a Cegás são seguros do ponto de vista do controle da qualidade da mistura de gás natural com biometano entregue aos consumidores e, além disso, trarão subsídios para futuro aprimoramento regulatório”.
O biometano puro na saída da GNR Fortaleza apresenta características Índice de Wobbe e Poder Calorífico Superior fora das especificações estabelecidas na resolução nº 886/2022. A variação é reflexo do elevado teor de nitrogênio no aterro sanitário.
Com o projeto-piloto, a ANP pretende controlar a qualidade da mistura entre biometano e gás natural para enquadrar os combustíveis à especificação. O cliente vai receber a mistura com todos os valores especificados e a reguladora receberá mensalmente os dados de qualidade do biometano puro e da mistura gás natural e biometano.
Ceará pioneiro
O estado do Ceará foi o primeiro a apresentar gás renovável na rede de distribuição e teve a Cerbras como o primeiro cliente. Atualmente, o biometano corresponde por 15% do consumo cearense.
A GNR Fortaleza injeta entre 85 mil a 90 mil m³/dia de biometano na rede da Cegás, mas, conforme publicado no EnergiaHoje, a expectativa da empresa é conseguir elevar a injeção até 108 mil m³/dia até o fim de 2024.
Fonte: Energia Hoje