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Suzano vai instalar gaseificação para recuperar energia do lixo

O município de Suzano, na região metropolitana de São Paulo, vai instalar um sistema de gaseificação para tratar os resíduos sólidos urbanos e gerar energia elétrica com o gás de síntese resultante do processo. A tecnologia é da empresa Carbogas, de Sertãozinho (SP), e funciona em reator de leito fluidizado, em regime anaeróbico. No processo que usa altas temperaturas, mas sem queima direta da matéria orgânica, cuja ausência de oxigênio no reator não provoca combustão, transforma os resíduos em gases combustíveis, cujos principais componentes são monóxidode carbono, dióxido de carbono, hidrogênio, metano, nitrogênio, hidrocarbonetos leves e vapor de água, em diferentes proporções. O projeto, segundo informações da prefeitura de Suzano, vai transformar 9 mil toneladas de resíduos sólidos por mês no gás de síntese, que será utilizado em geradores para gerar energia a ser injetada na rede. O investimento previsto é de R$ 160 milhões e a usina será construída, a partir de 2025, em uma área de 43 mil metros quadrados, com expectativa de entrar em operação em 2027, após receber as licenças ambientais de operação.

A opção pela tecnologia térmica faz parte de parceria pública-privada (PPP) com a concessionária Renova Suzano, por meio da empresa BAL Suzano, e que venceu a gestão do lixo urbano da cidade de 307 mil habitantes. O projeto foi apresentado oficialmente no dia 20 de junho. A tecnologia de gaseificação receberá os resíduos da mesma forma como são atualmente enviados ao aterro sanitário, tanto em sua fração orgânica como inorgânica. Segundo a prefeitura, o sistema não vai trazer prejuízo para cooperativas de catadores e demais iniciativas de reciclagem, já que antes de entrarem no reator haverá aproveitamento de todos os resíduos aproveitáveis. O sistema gera apenas pequeno percentual de resíduos inertes (rejeitos) que podem ser descartados em aterro ou reaproveitados. Normalmente, em outros projetos anunciados pela Carbogas (que até o momento não atendeu os pedidos de entrevista da Brasil Energia), a empresa preparava os resíduos sólidos urbanos em CDRs (combustíveis derivados de resíduos), uma mistura de diversos materiais sólidos retirados do lixo urbabo, na fase de segregação, que são posteriormente triturados e processados para obter um composto combustível de características padronizadas. Isso ocorreu em projeto em Extrema, Minas Gerais, que a Carbogas iniciou implantação em 2021, e em projeto de P&D Aneel da Furnas, em Boa Esperança, Minas Gerais.

Fonte: EnergiaHoje

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