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Terminal de Suape firma compromisso com a TAG para conexão à malha de gás

O Terminal de Regaseificação de gás natural liquefeito (GNL), no Porto de Suape, firmou compromisso com a Transportadora Associada de Gás (TAG), empresa que tem o controle dividido pela e pelo fundo canadense CDPQ, para execução dos estudos necessários para a conexão do terminal à rede de transporte de gás. O terminal é um projeto liderado pela Oncorp, que prevê investimentos de quase R$ 2 bilhões. Segundo o diretor-presidente, João Guilherme Mattos, o projeto começará sua operação conectada à malha de gasodutos, abrindo espaço para que mais clientes demandem o gás importado pela companhia. Atualmente todos os terminais de GNL privados no Brasil ainda não foram conectados à malha de transporte de gás. O terminal da Eneva, em Sergipe, será conectado ao terminal da TAG no segundo semestre deste ano. A implementação do terminal inclui a instalação de um navio indústria, conhecido como Floating ShipRegaseification Unit (FSRU), que viabilizará a originação de gás no Estado de Pernambuco, unidade da federação que não possui poços em terra ou no mar (“onshore” ou “offshore”) de gás.

Segundo o executivo, neste termo já há compromissos de investimentos e o projeto é essencial para diversificar a oferta de gás na região. “A assinatura do termo de compromisso com a TAG tem uma simbologia única de ser o primeiro Terminal a nascer já com uma conexão com a rede de transporte, ou seja, não será um terminal isolado.” A operação deve ocorrer até o início de 2026. Segundo o executivo, o plano é atender à demanda de GNL importado, como distribuidoras do Nordeste, setor industrial e termelétricas. A usina Termopernambuco, da Neoneregia, é a primeira cliente do terminal via contrato com a Shell no fornecimento do gás. A Oncorp aposta ainda nos novos leilões de capacidade de termelétricas e na demanda do setor industrial para monetizar a planta de regaseificação. “Em até 90 dias, a gente poderá assinar o contrato de acesso à malha de transporte e iniciar a construção do gasoduto ainda em 2024”, acrescenta. “Em setembro a gente já começa a segunda fase de recuperação do píer do Cais de Múltiplo Uso (CMU) do Porto de Suape, que é onde será atracado o navio FSRU (…) e representa R$ 60 milhões.” Outros R$ 320 milhões são referentes ao “capex” (investimento) de engenharia eletromecânica do píer e dos gasodutos e R$ 1,7 bilhão será o “opex” (custo de operação) do navio por 15 anos. Hoje, apenas a Petrobras, a GNA e a Eneva têm acesso facilitado ao GNL por terem terminais conectados a suas térmicas.

A Âmbar, da J&F, em breve também terá essa independência por estar entrando nos mercados da Argentina e Bolívia na exploração do gás. Há também o terminal da New Fortress, em Santa Catarina. Segundo Mattos, o terminal deve fornecer gás a vários clientes com o compartilhamento de infraestrutura, passo importante na abertura do mercado que a ANP e o MME sempre quiseram. A notícia ocorre em um contexto em que a ANP decidiu encerrar as negociações com a Arsesp e por um acordo sobre a classificação do gasoduto Subida da Serra.

Fonte: Valor Online

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