A Eneva prevê o início da operação comercial da unidade de liquefação de gás natural Parnaíba SSLNG para este trimestre. A companhia afirma que o pedido de Autorização de Operação já foi protocolado na ANP. No 2T24, a empresa obteve a Licença de Operação da planta de liquefação, tendo iniciado o comissionamento da planta. A expectativa é que o comissionamento desta planta seja concluído neste trimestre. Além disso, a Eneva também informou que concluiu, no trimestre passado, o comissionamento com gás nitrogênio (N2) da planta de regaseificação da unidade. Ao todo, a Eneva afirma que investiu R$ 87,7 milhões na Parnaíba SSLNG no 2T24, principalmente direcionados à conclusão da montagem da tubulação de uma das unidades de liquefação e do comissionamento do Regás e a continuação dos testes pneumáticos da tubulação da outra unidade.
A Parnaíba SSLNG está localizada no estado do Maranhão, a aproximadamente 250 km de São Luís, e faz parte do Complexo Parnaíba. De acordo com informações da ANP, o empreendimento será responsável por receber o gás natural, tratar, liquefazer, armazenar e carregar, em carretas criogênicas de transporte, o GNL produzido. O gás será proveniente da Unidade de Tratamento de Gás (UTG) do Complexo Parnaíba, que está localizada em frente à unidade. A Parnaíba SSLNG foi projetada com um sistema de pré-tratamento de capacidade de 680 mil m³/dia, a partir de dois trens de liquefação com a capacidade de 340 mil m³/dia cada. Uma vez liquefeito, o GNL será devidamente armazenado em tanques criogênicos. O projeto do empreendimento prevê que o sistema de armazenamento de GNL seja composto por 12 tanques criogênicos com isolamento à vácuo mais perlita, e capacidade de 340 m³ cada. O GNL será transferido para carretas criogênicas através de bombas centrífugas submersas. Duas estações de carregamento serão instaladas, e cada estação será capaz de carregar duas carretas com capacidade para 59 m³ cada em até 1,5 horas simultaneamente.
A Eneva já possui dois contratos firmados para o fornecimento de GNL a partir da unidade, sendo um com a Suzano, firmado em maio de 2022, e outro com a Vale, firmado em julho de 2022. O combustível será fornecido para as instalações industriais das companhias localizadas no Maranhão. E, em julho deste ano, a companhia anunciou a assinatura do primeiro contrato de fornecimento de gás natural no modelo “small scale” com a Copergás, também via SSLNG Parnaíba. A Eneva suprirá o gás a partir de suas concessões na Bacia do Parnaíba e será responsável pelas operações de liquefação, transporte e regaseificação do GNL, esta última acontecendo nas plantas de regaseificação da Copergás em Petrolina (PE) e Garanhuns (PE), que serão operadas pela Eneva. O acordo tem validade de três anos, a partir do início do fornecimento comercial, previsto para o final deste mês, e perspectiva de entrega de até 35 mil m³/dia de gás natural em Petrolina e de até 5 mil m³/dia de gás natural em Garanhuns.
No 2T24, a produção de gás natural da Eneva totalizou 0,17 bilhão de m³, sendo 0,11 bilhão de m³ no Complexo Parnaíba e 0,06 bilhão de m³ na Bacia do Amazonas, no campo de Azulão, direcionado ao suprimento da UTE Jaguatirica II. A diminuição do volume de gás produzido no 2T24 frente ao 2T23 é resultado de dois fatores: a menor demanda por gás das termelétricas do Complexo Parnaíba, dada a redução da demanda por exportação para Argentina; e a redeclaração do período de inflexibilidade contratual da UTE Parnaíba II em 2024, passando a não contemplar o 2T24, em comparação com o período de 2023 que contemplava o mês de junho. Por sua vez, o campo de Azulão apresentou estabilidade no volume de gás produzido em relação ao 2T23, acompanhando o despacho da UTE Jaguatirica II. A Eneva encerrou o 2T24 com um total de reservas 2P de gás natural de 47,2 bilhão de m³, sendo 37,3 bilhão de m³ de reservas na Bacia do Parnaíba e 9,9 bilhão de m³ na Bacia do Amazonas, no campo de Azulão. Segundo a companhia, o volume reflete o saldo das reservas certificadas pela Gaffney, Cline & Associates (GCA), referentes a 31 de dezembro de 2023, descontando o consumo de gás acumulado no primeiro semestre de 2024.
A Eneva teve uma receita operacional líquida de R$ 1,9 bilhão no 2T24, representando uma queda de 23% quando comparado ao mesmo período no ano passado (R$ 2,5 bilhões). A companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 918 milhões no 2T24, representando um aumento de 198% ante o prejuízo líquido do 2T23 (R$ 308 milhões). Segundo a Eneva, a variação cambial sobre saldo de arrendamento do FSRU (Floating Storage and Regasification Unit, na sigla em inglês) do Hub Sergipe representa o principal impacto no resultado financeiro do segundo trimestre de 2024.
Fonte: PetróleoHoje
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