A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que o decreto que altera regras do mercado de gás natural não atrapalha as atividades da companhia. “Isso não nos atrapalha. O que estamos fazendo já é um esforço muito grande na direção (de aumentar a oferta) do gás natural”, disse. Um dos pontos centrais do decreto 12.153, publicado na terça (27), e que modifica o decreto 10.712, que regulamentou a Lei do Gás, de 2021, refere-se aos percentuais de injeção de gás na exploração de petróleo.
Atualmente, pelo menos 50% do gás natural, subproduto da exploração, é reinjetado durante o processo de extração do petróleo, para aumentar a velocidade de extração. O decreto tem como intenção reduzir o volume reinjetado, com o objetivo de aumentar a oferta e reduzir os preços, muito acima da cotação internacional.
A executiva destacou as iniciativas para aumentar o consumo de gás, como a inauguração do gasoduto Rota 3, em setembro. “Estamos olhando o mercado de fertilizantes e petroquímica como grande espaço para ampliar o fornecimento de gás”, afirmou Chambriard. “Nosso desafio agora é colocar gás no mercado brasileiro.” A mudança nas regras também envolve o aumento da participação da estatal PPSA na comercialização do gás da União. “O mercado brasileiro é imenso, ávido por combustível”, disse Chambriard, sobre maior participação da PPSA na comercialização.
A criação de um comitê de monitoramento na ANP para avaliar as políticas das companhias com relação ao gás também não é alvo de preocupação da Petrobras. “Quem trabalha bem não precisa de monitoramento, isso dá mais transparência”, disse a presidente da estatal. “Algumas das plataformas da Petrobras foram desenhadas no governo passado sem a possibilidade de exploração de gás na costa, também estamos revendo isso”, afirmou. “Isso também é uma correção de rumo nossa”.
Fonte: Valor Online