O CEO da Vibra, Ernesto Pousada, afirmou que a empresa espera avançar nos próximos meses na atividade de comercialização de gás natural. O negócio faz parte da estratégia da companhia de se posicionar como uma plataforma multienergia. Pousada disse que a empresa está buscando o “melhor ângulo”, para entrar de “maneira correta e com os retornos apropriados” na comercialização de gás. “Nós entramos na comercialização de gás, ainda de maneira pequena. Temos oportunidade nos nossos clientes do B2B e também estamos começando a ver oportunidades de o gás natural ser um concorrente competitivo com o GLP industrial. Então, aqui, nós temos uma oportunidade e a Vibra está buscando ângulos de como se posicionar, como ter acesso a essa molécula”, completou o executivo. No 1º semestre, a Vibra assinou contratos de curto prazo, para aquisição de gás junto à 3R Petroleum e para venda de molécula à Samarco e Origem Energia.
Fora isso, a empresa tem contratos MSA para compra de gás da Petrochina, Shell Energy, Galp e 3R. Os contratos MSA são aqueles que definem as condições gerais de um contrato flexível e que permitem às partes serem mais ágeis em potenciais negociações futuras. A Vibra aposta na sua carteira de clientes B2B como diferencial. São 27 mil pontos de consumo e presença em todos os estados. Segundo a empresa, a demanda de gás natural está 54% concentrada em grandes clientes industriais conectados na rede de gasodutos e que já são clientes da Vibra. A empresa também vê potencial no off-grid de 13 milhões e 44 milhões de m³/dia.
A Vibra vem se reposicionando no mercado de gás, nos últimos anos. Em 2020, vendeu a CDGN, que atua com gás natural comprimido (GNC); e, no ano passado, se desfez de sua participação na ES Gás, distribuidora de gás canalizado do Espírito Santo. A companhia mira, estrategicamente, a comercialização de gás on-grid e off-grid – a Vibra chegou a negociar, no passado, uma parceria com a Golar Power (depois New Fortress) na distribuição de gás natural liquefeito (GNL) em pequena escala, mas o negócio não vingou. A empresa quer se valer de sua rede B2B para explorar o serviço de comercialização não só de gás, mas também biometano. A Vibra comprou, nesse sentido, 50% da ZEG Biogás, que atua na produção e comercialização do gás renovável. Jambeiro (SP), a primeira planta de biometano da companhia, começou a operar em junho de 2023, com capacidade para 30 mil m3/dia.
A empresa planeja expandir a venda de lubrificantes e combustíveis, sobretudo diesel, nas regiões em que o agro está mais presente, além de criar soluções específicas para esse nicho de mercado. Por trás da estratégia, está a necessidade de atender ao crescimento do setor nos médio e longo prazos, conforme explicou o CEO da companhia. Para suportar esse crescimento, foram investidos R$ 150 milhões em infraestrutura logística no Arco Norte, no Centro Oeste e no Matopiba. A companhia irá investir outros R$ 300 milhões nos próximos anos. Além disso, a empresa criou uma diretoria específica para o setor.
Fonte: Eixos