A menor demanda por gás natural no Brasil e o fraco desempenho do volume faturado pelas distribuidoras nos últimos trimestres não deve ter efeitos significativos nas métricas de crédito das companhias, diz a Fitch Ratings.
Os analistas Gustavo Mueller e Leonardo Coutinho escrevem que os impactos negativos têm sido compensados por alavancagem historicamente baixa, flexibilidade nos contratos de compra de gás e elevada rentabilidade.
“O cenário-base das notas já incorpora redução média de 1% do volume faturado em 2024 por essas empresas, após queda média de 2% no primeiro semestre do ano e de 7% em 2023, desconsiderando o segmento de térmicas”.
A volatilidade do volume faturado pelas distribuidoras de gás reflete a concentração de vendas no setor industrial, o que aumenta a correlação com o ambiente macroeconômico brasileiro, afirma a agência de classificação de riscos.
“A maioria das empresas avaliadas também apresenta concentração de clientes e segmentos da indústria, como ceramista, químico, petroquímico e siderurgia, o que pode ampliar as oscilações de demanda”, apontam os analistas.
Neste cenário, a apresenta maior diversificação, com participação mais significativa dos segmentos comercial e residencial, que são mais rentáveis, oferecendo maior proteção à sua geração de caixa e justifica seu rating mais alto.
Fonte: Valor Online