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Suínos/Biogás: Empresa alemã investe em usina que funcionará com dejetos de criações em Toledo (PR)

No último dia 19, o município de Toledo, no oeste do Paraná, lançou a pedra fundamental de uma usina de biogás que pretende se tornar a primeira central de saneamento rural do Brasil. Dejetos da suinocultura serão a principal matéria-prima para a produção do biocombustível. E matéria-prima não falta, já que o Paraná é o segundo maior produtor de carne suína do País, atrás apenas de Santa Catarina. Entre janeiro e junho deste ano, 6,2 milhões de porcos foram abatidos no Estado. O investimento contou com aporte da empresa alemã Mele, especializada em biodigestores em áreas rurais e “que promete potencializar a transformação de dejetos da suinocultura em energia, biocombustível e fertilizantes”, aponta nota da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná.

Em sua primeira etapa, a usina receberá R$ 77,5 milhões em recursos de investidores e financiamento do Banco Mundial, “além de ser acompanhado pela ONU devido às suas características inovadoras e ambientalmente sustentáveis”, cita a pasta.

Segundo estimativas da empresa alemã, o tratamento correto dos dejetos de suínos nas usinas tem o potencial de evitar a emissão de 2 milhões de toneladas de CO2 por ano, o equivalente a 2,7% as emissões do Paraná e a 0,5% de tudo o que é emitido pelo Brasil anualmente. E, até 2031, o oeste do Paraná deve contar com mais 44 usinas do gênero, o que evitará a emissão de 52 mil toneladas de gás carbônico por ano, projeta o governo estadual. “A empresa também já possui todas as licenças ambientais para a construção da planta e firmou um acordo com a Verra, organização sem fins lucrativos responsável pelo controle da maior carteira de créditos de carbono do mundo”, informa.

A planta de Toledo funcionará da seguinte forma: a parte líquida dos dejetos será transportada por redes de gasodutos até a central única de saneamento, enquanto a parte sólida será coletada por caminhões com o mesmo destino, englobando 52 propriedades rurais. Este material servirá inicialmente como matéria-prima para a produção de biometano e CO2, mas a empresa já planeja uma futura ampliação para também produzir metanol, que é amplamente usado na produção do biodiesel e de outras cadeias. O projeto-piloto de Toledo integra uma iniciativa maior dos alemães denominada Programa Oeste Sustentável, ou ainda Green Fuels Paraná, focada em aliar o desenvolvimento social dos pequenos produtores a práticas mais sustentáveis. A meta é tratar e transformar cerca de 60% do passivo ambiental da cadeia de produção da suinocultura do Estado, o que também representa 10% da produção brasileira neste segmento.

Fonte: Broadcast / Ag.Estado

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