O setor de gás canalizado precisa de isonomia nas políticas públicas para que o Brasil avance na descarbonização do setor de transportes pesados com o uso de gás natural e biometano.
A opinião, de Marcelo Mendonça, diretor técnico-comercial da Abegás, foi exposta durante painel do 7º Seminário Nacional do GNV, realizado na sexta (04) na Casa Firjan, no Rio de Janeiro.
De acordo com ele, mesmo com uma grande contribuição para a redução de pegada de carbono na comparação com o diesel, o setor de gás natural não tem acesso a linhas de crédito ou redução da carga tributária em condições equivalentes às cedidas a veículos elétricos ou a biodiesel.
“A gente precisa devolver competitividade ao gás natural, atraindo investimentos, novos postos de trabalho”, afirmou Mendonça. “O que queremos é isonomia. Competir na mesma condição”, reforçou Mendonça, lembrando que o biodiesel tem apenas uma parcela de renovabilidade, ao passo que os investimentos em gás natural permitem a inserção de biometano nas redes das concessionárias de distribuição.
Segundo o executivo, no Ceará, 15% da utilização do gás é originário do biometano oriundo do biogás de um aterro sanitário. “Então, qualquer veículo que abasteça no Ceará já é 15% renovável”.
Sinergia
De acordo a Abegás, a substituição somente da parcela do diesel importado na matriz de transporte brasileira equivale a 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e, por isso, é preciso sinergia entre os mercado de gás natural e biometano, uma vez que as distribuidoras de gás canalizado já atendem cerca de 1700 postos para o abastecimento de veículos leves.
“A nossa proposta não sai do zero. Precisamos somar o potencial de gás natural com o de biometano para poder atender esses mercados, visando a descarbonização. A substituição de diesel representaria a substituição de 210 milhões de toneladas de carbono. Então, a gente precisa enxergar essa sinergia entre gás natural e biometano, aproveitando a infraestrutura que a gente tem para veículos leves, nós temos cerca de 1.700 postos no Brasil”, disse Mendonça.
Segundo o executivo, as políticas públicas para estimular o gás em transporte pesado também serão benéficas para os motoristas que usam GNV em veículos leves. “Se houver a redução de PIS e Cofins para equipamentos ou para o gás, também está se incentivando os veículos leves”.
Com essa substituição, argumentou o representante das distribuidoras de gás canalizado, a redução da pegada de carbono em veículos pesados poderia totalizar 11,5 milhões de toneladas ao ano e o Brasil passaria a ser autossuficiente em diesel, gerando independência das importações, o que também contribuiria para o alívio nas contas da balança comercial brasileira.
Fonte: EnergiaHoje
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