A resolução do CNPE, que permitiu que a Pré-Sal Petróleo (PPSA) possa contratar, junto às estruturas existentes, o escoamento e o processamento do volume do gás natural que cabe à União, é uma iniciativa que poderá ampliar a oferta e contribuir para a redução de preços, na leitura do especialista Adriano Pires, diretor e fundador do CBIE.
“Me parece a ideia de usar a PPSA como política pública é louvável”, disse Pires em sua apresentação na abertura do seminário “Gás Natural para uma Transição Energética Sustentável e Igualitária”.
“Esses leiloes de gás podem funcionar na tentativa de aumentar a oferta. O Brasil não consegue usar a oferta de gás porque tem infraestrutura muito precária. Esse decreto, do Programa Gás Para Empregar tenta abrir a caixa preta. Meu sentimento é que caia o preço de gás pela metade”, disse Pires, afirmando que é necessário que a ANP tenha celeridade para cumprir a agenda regulatória aberta com essa iniciativa.
“Quando aumenta oferta, espera-se redução de preço. Quando aumenta competição, o que a gente espera é redução de preço”, assinalou o diretor do CBIE.
Pires destacou ainda que a adoção do chamado Gas Release – a realização de leilões compulsórios do combustível – é uma política importante que deveria ser discutida com tranquilidade. O tema é um dos pontos centrais do PL 327 de 2021 que institui o Paten (Programa de Aceleração da Transição Energética), em tramitação no Senado.
O especialista destacou que o Brasil tem o desafio de transformar o gás natural na energia na transição energética. “É um absurdo ver o consumo da indústria cair”, citando países como Estados Unidos e Reino Unido, onde o processo de substituição de combustíveis altamente poluentes por gás natural ocorreu com mais velocidade.
Segundo ele, o gás natural é importante para a assegurar a segurança de fornecimento de energia elétrica e para reativar a indústria de fertilizantes e deveria ser visto de forma integrada com outras fontes. “Não é isso ou aquilo. É isso e aquilo”, ressaltou, destacando a importância de gás natural como energia confiável.
Fonte: Abegás / Comunicação
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