A disparada do dólar no fim do ano passado, para um patamar acima de R$ 6,00, ampliou a defasagem entre os preços dos combustíveis da Petrobras e as cotações internacionais dos derivados de petróleo. Apesar disso, conforme o Estadão/Broadcast apurou com pessoas a parda gestão de preços da estatal, um reajuste de preços ainda não está nos planos da empresa. Um aumento de preços dos combustíveis neste momento teria um impacto direto na inflação, que já está em tendência de alta.Segundo cálculos da Abicom, o diesel fornecido pela Petrobras está 16% (ou R$ 0,55 por litro) mais barato do que a média do mercado internacional. A defasagem da gasolina medida pela Abicom está em 10%, ou R$ 0,29 por litro, atualmente. Na última vez em que a companhia aumentou o valor da gasolina, em julho do ano passado, ela estava cerca de 20% abaixo dos preços praticados no exterior. Desde então, a Petrobras não mexeu mais nos preços. E a tendência, no momento, é de que siga assim. A explicação está na cotação do barril do tipo Brent, que segue flutuando perto dos US$ 75, valor inferior à média de anos anteriores. Assim como o dólar, o preço do barril é um dos parâmetros que influenciam a definição de preços.
O diretor do CBIE, Bruno Pascon, prevê “mar calmo” para a precificação de derivados da Petrobras neste ano. “Esse dólar traz, sim, pressão de reajuste para o preço da Petrobras. Virou o ano acima dos R$ 6,00, valorização acima dos 20% no ano (de 2024), e pode perdurar. É uma incógnita onde isso vai parar. Mas o que já trouxe alívio ao Jean Paul (Prates, ex-presidente da estatal) e continua para a Magda (Chambriard, a presidente atual) é um preço de petróleo mais baixo”. “Tudo leva a crer que vai ser um ano de tranquilidade para a commodity, com preço ( do petróleo Brent) entre US$ 70 e US$ 80 por barril, o que não traz pressão de reajuste ( para combustíveis)”, acrescenta. Segundo Pascon, o CBIE tem rebaixado suas estimativas para o preço médio anual do Brent – que já foi de US$ 85, caiu para US$ 79 e, agora, já está em cerca de US$ 75 por barril – muito em função da demanda chinesa menor e da transição energética em velocidade maior do que a esperada no gigante asiático.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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