Em artigo publicado no Jornal do Comércio (RS), o presidente-executivo da Cogen, Newton Duarte, afirma que
A segurança energética é um tema cada vez mais em pauta diante das instabilidades geopolíticas e sucessão de eventos climáticos extremos. Nesse contexto, a cogeração deve ganhar cada vez mais relevância no planejamento energético do País e dos estados. Afinal, trata-se de uma das formas mais eficientes de se produzir energia: com uma só fonte, uma molécula de gás ou o uso de biomassas, é possível produzir, de forma próxima do ponto de consumo, energia elétrica e energia térmica. Tudo isso com alta eficácia, confiabilidade e resiliência, atributos fundamentais para processos e instalações que demandem calor e frio, além, claro, da eletricidade. Em grandes centros urbanos, como Porto Alegre e municípios vizinhos abastecidos pela rede de gás canalizado, os projetos de cogeração podem ser ainda mais interessantes. Proporcionam segurança, substituindo combustíveis líquidos mais caros que, além de dificuldades de armazenamento e disponibilidade, têm elevado nível de emissões de carbono e que lançam ao ar materiais nocivos à saúde.
Outra vantagem desse modelo de cogeração é que, com a produção de biometano – gás renovável originado do aproveitamento de resíduos de atividades agrícolas e da pecuária ou de aterros sanitários – há um horizonte de crescente descarbonização, uma vez que o biometano pode ser injetado na rede. Para destravar esse potencial, é preciso garantir condições atrativas. No cenário local, é fundamental segurança jurídica para que a concessionária local possa fazer novos investimentos na infraestrutura de rede de gás canalizado, reforçando a segurança energética. No cenário nacional, o que se espera é que a agência reguladora federal do setor, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), possa acelerar sua agenda regulatória em setores de monopólio natural, atacando pontos que afetam a competitividade da indústria brasileira. Números revelados pela EPE, organismo de planejamento do MME, mostram que o custo final do gás natural no Brasil poderia cair à metade (de US$ 16,10 para US$ 7,67) por milhão de BTU, se fossem eliminados os custos ainda cobrados por investimentos em ativos já devidamente remunerados em elos da cadeia como Escoamento e Processamento e Transporte pelos gasodutos. Esses são pontos cruciais para incentivar novos projetos de cogeração que são absolutamente essenciais para a segurança energética gaúcha e brasileira.
Fonte: Jornal do Comércio (RS) – Newton Duarte
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