A indefinição sobre a realização de um novo Leilão de Reserva de Capacidade (LRCap) levou a americana New Fortress Energy (NFE) a redirecionar o navio regaseificador FSRU Energos Winter, que estava atracado no Terminal Gás Sul (TGS), em Santa Catarina, para o Egito. A empresa firmou um contrato de cinco anos para a implantação da infraestrutura com a Egyptian Natural Gas Holding Company (EGAS). Em nota, a NFE informou que a embarcação, uma unidade flutuante de armazenagem e regaseificação (FSRU, na sigla em inglês), encontra-se atualmente em estaleiro, passando por uma manutenção programada. A previsão inicial era de retorno ao terminal ainda no segundo semestre deste ano, para viabilizar o fornecimento de gás aos projetos vencedores do LRCap. No entanto, o cancelamento do leilão e a ausência de uma nova data inviabilizaram esse planejamento. Soma-se a isso que o custo de manutenção de um navio regaseificador FSRU gira em torno de US$ 100 mil por dia, segundo apurou o Valor com fontes de mercado, o que torna economicamente inviável manter a unidade ociosa no Brasil diante das indefinições. “Diante do cancelamento do LRCap e da ausência de nova data definida para um novo leilão, a New Fortress Energy direcionou temporariamente a unidade para operação no Egito, por meio de arrendamento. Reiteramos nosso compromisso com o TGS e, tão logo haja definição quanto à realização de um novo leilão, a empresa anunciará seu planejamento atualizado para o empreendimento”, disse a empresa em nota.
O leilão visa a contratar usinas para que fiquem disponíveis sempre que for necessário, ajudando a garantir o fornecimento em momentos de alta demanda ou crise. Ele deveria ocorrer em agosto e vinha sendo considerado uma das principais oportunidades para monetização de infraestrutura, mas foi cancelado devido uma onda de judicialização que inviabilizou o evento. Com capacidade de armazenar até 138 mil m³ de GNL (o equivalente a 83 milhões de m³ de gás natural) o navio Energos Winter pode regaseificar até 15 milhões de m³ por dia. A unidade tinha um contrato com a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), o que permitiria injetar gás natural na malha nacional e atender à demanda de termelétricas, além de dar suporte ao setor industrial da região Sul, especialmente os segmentos cerâmico, metal-mecânico e de vidro, mas ele terminou no fim de 2024 e não foi renovado. Inaugurado em 2024, o Terminal Gás Sul foi o primeiro de regaseificação de GNL da região Sul do país. O projeto contou com um investimento de R$ 500 milhões e foi construído na Baía de Barbilonga, no município de São Francisco do Sul, a cerca de 46 km de Joinville e 180 km de Florianópolis.
Fonte: Valor Online
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