A rota prioritária para o Brasil ampliar a importação de gás natural da Argentina é por meio da conclusão do projeto original de integração, via Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. A conclusão é do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano (PNIIGB), colocado em consulta pública na segunda (29) pela EPE. O plano indicou 13 projetos como prioritários para ampliar a oferta de gás natural e biometano no Brasil, incluindo novos gasodutos no pré-sal. Conheça todos os projetos. No caso do suprimento argentino, a EPE aponta como solução para a chegada do produto ao mercado brasileiro o gasoduto de quase 600 km de extensão e capacidade de 15 milhões de m³/dia, que visa conectar Uruguaiana (RS) a Triunfo (RS). Na prática, é a conclusão do projeto original da Transportadora Sulbrasileira (TSB), dos anos 2000. Explicando em detalhes: a TSB opera o duto que chega da Argentina à Uruguaiana, mas o projeto distribui gás apenas na fronteira, para abastecer uma usina termelétrica. A companhia também opera a rota que liga Triunfo a Porto Alegre, onde se encerra o Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). A proposta é justamente concluir a conexão entre os dutos gaúchos operados pela TSB, de modo a fechar a ligação com o Gasbol. O investimento é estimado em R$ 8,9 bilhões.
Reforçar a infraestrutura na região sul
Segundo a diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges, o plano sugere a rota atualmente “mais madura” para a integração. O Brasil começou a importar gás argentino em abril deste ano, mas por enquanto as cargas estão chegando pelo Gasbol, através da fronteira com a Bolívia, que tem limitações de infraestrutura. Há outras propostas na mesa para ampliar a integração. No ano passado, Brasil e Argentina assinaram um memorando de entendimento durante a Cúpula do G20 no Rio para avaliar as possíveis alternativas de rotas. As vias avaliadas incluem o uso da infraestrutura existente do Gasbol e a própria interligação via Uruguaiana, além de outras soluções, como um duto pelo Chaco Paraguaio e uma rota alternativa pelo Uruguai até o Rio Grande do Sul, assim como a importação por navios GNL. A Wood Mackenzie já apontou que a Argentina vai precisar de pelo menos US$ 10 bilhões em investimentos se optar pela aposta GNL para inserir no mercado internacional o gás de Vaca Muerta, principal província produtora do país. Ao incluir a conexão com a Argentina entre as prioridades para a ampliação da oferta de gás no Brasil, a EPE indicou que o país vizinho vai ser importante para elevar a segurança no suprimento, com a diversificação das fontes de oferta para o mercado brasileiro. A EPE também cita o investimento como uma oportunidade para reforçar a infraestrutura existente na região Sul.
Fonte: Eixos
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