Agentes do mercado têm a expectativa de que decisões para incentivar investimentos no setor de gás natural, considerado um importante combustível de transição para energias menos poluentes, precisam ser tomadas “logo”, disse nesta quarta-feira o presidente da Shell no Brasil, André Araújo.
O governo federal e a agência reguladora ANP colocaram em curso reformas regulatórias para atrair novos ofertantes de gás, além da Petrobras, como a Shell e outras petroleiras que atuam no pré-sal.
Atualmente, as regras do setor apresentam diversos impedimentos para a chegada de novos atores, como limitações de acesso à infraestrutura de transporte e de processamento da Petrobras, dentre outras inúmeras questões.
Em meio às iniciativas, com ampla participação de representantes do mercado, foi editada a chamada Lei do Gás, que prevê diversas mudanças para abrir o mercado, mas que não foi até agora aprovada pelo Congresso.
Araújo frisou que “já existem muitas propostas e já se sabe a posição dos diversos atores desse setor”, durante sua participação em conferência realizada pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
“Acho que o grande desafio é que a gente vive em um país democrático que tem conflitos de interesse. Esses conflitos de interesses precisam ser endereçados de forma aberta e transparente, a gente não precisa de cinco anos para discutir uma alternativa para o gás”, afirmou Araújo.
“Já existem propostas na mesa e… a gente entende que isso vai ser benéfico para o país, se traduzindo em investimentos, em empregos e mais recursos.”
O executivo ponderou ainda, durante sua participação na conferência, que o petróleo continuará tendo um papel importante nas matrizes energéticas nas próximas décadas. Mas reforçou que a Shell quer estar pronta para o cenário que se fizer necessário.
Segundo Araujo, o gás natural é, “sem dúvida”, um combustível de transição energética para energias mais limpas e um elemento que poderá contribuir com a intermitência das energias renováveis.
Fonte: Reuters