Estudo da EPE prevê, no entanto, uma lacuna entre oferta e demanda a partir de 2022
A demanda global por GNL deverá aumentar 4% ao ano até 2027. O volume estimado é maior do que o previsto para o gás natural, que deverá ter elevação de 2% ao ano no mesmo horizonte. Apesar da previsão otimista em termos de demanda, a oferta, entretanto, não está garantida, podendo haver uma lacuna para o atendimento da demanda já a partir de 2022, ocasionada pela necessidade da entrada de novos projetos.
Os dados fazem parte de um estudo da EPE, que pesquisou o mercado internacional do produto para o período 2018-2027. Nele, a instituição aponta que China e Estados Unidos devem liderar o mercado da demanda e oferta por GNL, respectivamente.
Segundo o estudo, a demanda chinesa por gás natural liquefeito deve crescer a 40% ao ano até 2027, passando o Japão, outro grande comprador do combustível no mercado mundial, respondendo, hoje, por 28,8%. Já a China é responsável atualmente por 13,4% do total de GNL movimentado no mundo. A Europa, que já foi um grande consumidor de gás liquefeito, responde, atualmente, por 16% das compras totais, mas com viés de queda para os próximos anos.
Já pelo lado da oferta, novos projetos de liquefação entraram em operação nos últimos anos, levando a um aumento de 32,3 milhões de toneladas por ano (mtpa) da capacidade mundial de GNL. Os principais novos projetos vieram da Austrália e Estados Unidos, responsáveis pela entrada em operação de cinco novas unidades de liquefação. Com isso, as ofertas desses dois países representaram a adição de 20,3 milhões de toneladas (mt).
Mesmo com todo o volume adicional de GNL, o estudo aponta para uma lacuna entre oferta e demanda mundial, já que os projetos atuais em desenvolvimentos não serão suficientes para cobrir a demanda, em especial a da China, a partir de 2022. Dessa forma, novos investimentos em projetos de liquefação se fazem necessários para acompanhar o ritmo crescente da demanda, observa o analista de Pesquisa Energética da EPE, Luiz Paulo Barbosa.
Cenário brasileiro
No Brasil, o GNL se mantém como importante fonte para garantir flexibilidade ao atendimento da demanda de energia elétrica, mesmo com a chegada do gás proveniente do pré-sal. Hoje, o país já utiliza o gás liquefeito exclusivamente para o atendimento ao despacho da geração termelétrica, mas deve ganhar papel adicional dentro do novo mercado de gás que se desenha. Isto porque o GNL poderá servir de back up em situações de atendimento por parte do carregador de gás, como paradas programadas de UPGNs ou em campos de gás associado.
Fonte: Brasil Energia
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