As duas referências de petróleo, a americana (WTI) e global (Brent), fecharam, na quinta-feira (30), com perdas perto da marca de 4%, no menor nível em mais de dois meses, com a correção tendo se acentuado significativamente após os dados oficiais sobre os estoques dos Estados Unidos na semana passada.
Os contratos do WTI para julho fecharam em baixa de 3,78%, a US$ 56,59 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), enquanto os do Brent para agosto cederam 3,75%, a US$ 65,33 por barril, na ICE, em Londres.
A persistência de incertezas sobre a economia global, que afeta diretamente a perspectiva para a demanda pela commodity, continua a exercer pressão sobre os preços, observam analistas.
“A angústia em torno da guerra comercial e a preocupação que acarreta para a economia global continuam a ser os dois fatores mais influentes no mercado de energia neste momento”, disse Tyler Richey, coeditor do boletim Sevens Report Research. “Até que se materializem melhoras nessas duas frentes, será difícil uma recuperação de preços significativa”, acrescentou.
A referência americana, o WTI, fechou hoje no menor nível desde 8 de março para o contrato de vencimento mais imediato, de acordo com dados da FactSet. Na semana, ambas as referências acumulam agora perdas entre 4,3% e 4,4%.
Dados oficiais do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), divulgados nesta quinta mostraram queda bem abaixo do esperado nas reservas dos EUA na semana passada, que permaneceram, assim, perto da máxima de 22 meses, atingida na semana anterior.
Os dados do DoE mostraram queda de 282 mil barris nas reservas americanas na semana passada, totalizando 476,493 milhões.
A expectativa de consenso apontava queda de 1 milhão de barris para o período. Os estoques de gasolina, por sua vez, cresceram o correspondente a 2,204 milhões, quando também se esperava queda de 1 milhão para a semana.
Favorável aos preços foi o aumento do uso de capacidade das refinarias dos EUA, a 91,2%, ante 89,9% na semana anterior, mas a demanda por gasolina se mostrou um pouco mais fraca, em baixa de 35 mil barris/dia, a 9,394 milhões de barris/dia na semana passada.
Os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo para calefação, tiveram perda de 1,615 milhão de barris na semana passada, quando se esperava alta de 400 mil barris.
Os estoques de petróleo em Cushing, Oklahoma, centro de distribuição da commodity negociada na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), ficaram estáveis, em leve baixa de 16 mil, a 49,053 milhões de barris.
Fonte: Valor Online
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