Segundo a Abegás, acréscimo foi de apenas 0,7% em abril, frente a mesmo mês de 2018
No mesmo ritmo de estagnação da economia, cujo PIB caiu 0,47% entre abril e março, o consumo de gás natural pela indústria em abril, de 28,3 milhões de m3/dia, teve crescimento de apenas 0,7% na comparação com o mesmo mês de 2018, quando foram consumidos 28,1 milhões de m3/dia, segundo levantamento da Abegás.
Na comparação com o mês anterior, o crescimento foi de 2,5%, já que em março o consumo foi de 27,6 milhões de m3/dia. O acréscimo aí foi por conta da base de comparação: o carnaval neste ano caiu em março e, em abril, houve mais dias úteis de atividade fabril nas principais regiões industrializadas do país, como São Paulo e Santa Catarina, por exemplo. Esse resultado, porém, ajudou a fazer com que a comparação do quadrimestre de 2019 com o ano anterior tenha sido positiva, de 2,7% no consumo industrial.
Um dado mais positivo, por conta de projetos principalmente industriais, foi o crescimento do consumo em cogeração, de 11,9% na comparação com o mês anterior e de 12,2% em relação ao mesmo período de 2018.
De forma geral, porém, as perspectivas para o segmento são positivas. “Com o possível avanço nas reformas esperadas pelo mercado, acreditamos numa melhora no ambiente econômico e aumento de confiança para a retomada da produção em níveis mais elevados do que os prognósticos atuais”, prevê Augusto Salomon, presidente da Abegás.
Ainda para Salomon, há também a expectativa de que o Ministério de Minas e Energia adote medidas para ampliar o número de ofertantes de gás. “Com mais concorrência na oferta, e também segurança jurídica e respeito a contratos, será possível um gás mais competitivo para impulsionar a economia brasileira”, aponta.
O consumo total de gás natural em abril foi de 52 milhões de m3/dia, retração de 9,9% em relação ao mês de março (57,7 milhões). No acumulado do ano, manteve-se estável com a média dos quatro meses iniciais de 2018. Já o consumo de gás natural veicular (GNV) teve crescimento de 4,5% na comparação com abril de 2018.
Segundo Salomon, o consumo total ficou estável por conta do menor despacho de usinas termelétricas no período, que registrou retração de 36,2% em comparação com março. No confronto com os números de abril de 2018, a redução foi de 32%. Essa queda contrastou com o crescimento no quadrimestre de 2,7% no setor industrial, de 7,2% no automotivo, de 11,5% no comercial e 12% na residencial, em comparação com mesmo período de 2018.
Fonte: Brasil Energia
Related Posts
Queda do barril pode ajudar negociações para destravar importação de gás da Argentina
A queda no preço do barril de petróleo pode criar uma oportunidade para negociar aspectos que dificultam o comércio de gás natural entre Brasil e Argentina e, assim, dar condições mais vantajosas para a...
Shell reduz projeções de produção de gás após manutenção não planejada atingir volumes
A Shell, gigante de energia sediada em Londres, reduziu sua estimativa de produção de gás para o primeiro trimestre, após os volumes terem sido afetados por uma manutenção não planejada na Austrália e...