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Brasil pode retomar projetos produção de gás não convencional, diz ANP

O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, afirmou que a resolução aprovada nesta segunda-feira (24) pelo CNPE, de abrir mais o setor de gás, pode representar um marco para a retomada dos projetos de produção de gás não convencional (“shale gas”), que utiliza o processo de fraturamento hidráulico. Ele considera que a produção em terra, por meio dessa técnica, é importante para diversificar a oferta em diferentes regiões do país.

A exploração de gás não convencional é bastante difundida nos Estados Unidos, apesar de ser fortemente combatida por ambientalistas. “Aqui no Brasil, pouco exploramos o gás em terra, mas nós temos grande potencial”, afirmou Oddone.

O diretor da ANP considera que é possível promover uma “discussão responsável” para mostrar que eventuais danos ambientais da técnica de fraturamento hidráulico podem ser mitigados pelo controle da atividade.

“Como o ministro Paulo Guedes gosta de falar, a gente faz a opção pela pobreza, ao considerar todos os riscos, como se esses riscos não pudessem ser mitigados, como se não existisse tecnologia no mundo para permitir essa operação de forma ambientalmente responsável”, afirmou Oddone ao se queixar da suspensão dos projetos no Brasil.

No anúncio das medidas de abertura do mercado de gás natural, o diretor-geral da ANP destacou que o “shale gas” foi responsável pela “revolução extraordinária” na economia dos Estados Unidos nos últimos dez anos.

“Sempre gosto de lembrar que os EUA têm um milhão de poços produzindo gás, sendo que 700 mil com as técnicas de fraturamento hidráulico. No Brasil temos um pouco mais de sete mil poços no total, nem um deles com essas técnicas, porque alegamos uma série de questões ambientais e de outras naturezas legais para impedir essas atividades”, disse Oddone.

O diretor ressaltou que a exploração de gás não convencional, já adotada na Argentina, poderia criar empregos e aumentar renda da população, especialmente na região Nordeste.

“A produção em terra é extremamente relevante porque permite que essa atividade tenha maior capilaridade no Brasil e gere riqueza também em Estados do Nordeste, que estão mais distantes do pré-sal, que é a nossa principal zona produtora”, afirmou Oddone.

 

Fonte: Valor Online

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