A Gás Verde, empresa dos grupos Arcadis e J.Malucelli, inaugura oficialmente em 4 de julho duas operações de biogás no Rio, nos aterros de Seropédica e de Nova Iguaçu.
Em Seropédica, a empresa construiu, fruto de investimento de R$ 300 milhões, em obra que levou dez meses, usina que purifica o biogás captado pela concessionária Ciclus Ambiental, em seu aterro que recebe por dia 10 mil toneladas de lixo do Rio de Janeiro, Seropédica e Itaguaí. A unidade de tratamento do biogás foi transferida do aterro de Gramacho, onde a Gás Verde fazia a mesma operação, mas a geração de biogás do aterro, desativado em 2012 para recebimento de lixo, deixou de apresentar o volume necessário.
O biogás do aterro de Seropédica, o maior da América Latina e com vida útil estimada de 20 anos, chega com 50% de metano e é purificado por meio da remoção completa de CO2, retirada de enxofre e outros contaminantes, e redução de nitrogênio. No fim do processo, o nível de metano sobe para 95% e apenas 5% de nitrogênio, acima do mínimo de 90% para ser considerado combustível biometano, o gás natural renovável (GNR). O gás remanescente, com 50% de metano, será consumido pela própria Gás Verde para geração de energia.
Na unidade, com capacidade para produzir 200 mil m3 por dia de biometano, o GNR será inicialmente comprimido para venda em caminhões-feixe para clientes industriais e distribuidores de combustíveis. Porém, segundo a Gás Verde, no futuro, a depender da nova regulamentação do mercado de gás, há a possibilidade de comercialização do biometano para injeção na rede de gasodutos do Rio.
O primeiro cliente de GNR da companhia será a siderúrgica Ternium, no Rio, que receberá um volume de até 72 mil Nm3 por dia de biometano, ou seja, cerca de 13 carretas por dia.
O biometano na Ternium será para uso térmico e entrará na rede de baixa pressão do complexo siderúrgico e atenderá as áreas do alto forno, aciaria, coqueria e de sinterização. Mesmo com termelétrica no local, o biometano não será utilizado na usina por conta da sua baixa pressão. Segundo a Ternium, o biometano substituirá em um terço o uso de gás natural fóssil.
Nova Iguaçu
Já o projeto de geração elétrica da Gás Verde consiste em usina térmica a biogás de 18 MW, já em operação desde abril, dentro do aterro da Nova Iguaçu, administrado pela Foxx Haztec, da qual adquire o combustível. Lá, a Gás Verde realiza pré-tratamento para remoção de condensados e siloxanos do biogás adquirido do aterro. Foram investidos R$ 100 milhões em Nova Iguaçu.A usina utiliza 9.500 m³ de biogás por hora para que seus 12 geradores produzam 150.000 MWh por ano. O volume gerado pela térmica equivale ao consumo de 70 mil residências.
Até o fim do ano, a Gás Verde também colocará em operação térmica de 8,5 MW em São Gonçalo, que também será abastecida pelo biogás de aterro da Foxx Haztec, com investimento previsto também em R$ 100 milhões.
Fonte: Brasil Energia
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