Av. Ataulfo de Paiva, 245 - 6º andar - Salas 601 a 605 – Leblon/RJ – CEP: 22440-032
+55 21 3995-4325

Petróleo Brent sobe 13% após ataques

Um dos principais campos de petróleo da Arábia Saudita foi atacado no sábado e é seguro dizer que ninguém viu o atentado se aproximando. Com a reabertura do mercado de futuros de petróleo o barril do Brent para novembro, referência internacional, sobe 13% a US$ 68,25, depois de um pico de 18%. O WTI, o benchmark americano, sobe 11% para US$ 61,06 barril. A bolsa da Arábia Saudita funciona no domingo e o índice ‘Tadawul All Share’ recuou 3,1%.

“Um prêmio entre US$ 2 a US$ 3 [no preço do barril] tende a ocorrer, se os danos puderem ser resolvidos rapidamente, caso contrário a cotação pode subir mais US$ 10 se os danos nas áreas da Aramco forem significativos levando a uma redução de suprimento mais longa”, avaliou Ayham Kamel, especialista em Oriente Médio e Norte da África da Eurasia, em relatório divulgado.

A S&P Global Platts estima que o barril Brent, referência do mercado internacional, pode subir entre US$ 10 a US$ 20. “Enquanto alguns comentaristas podem sugerir que o preço do petróleo possa até alcançar os três dígitos [acima de US$ 100] nós estimamos que a mudança súbita nos riscos geopolíticos vai eliminar o desconto de US$ 5 a US$ 10 e também adicionar um prêmio potencial de US$ 5 a US$ 10 por barril diante da percepção de um perigo inegável para os suprimentos de petróleo no alto Oriente Médio, além da súbita eliminação da capacidade extra”, afirmam os analistas da Platts.

“Diante desse cenário, os preços do petróleo podem, provavelmente, pular da atual faixa de US$ 55 a US$ 65 para testar o nível acima dos US$ 70, conforme os fundamentos vão dar suporte”, acrescentam os especialistas da S&P Global Platts.

No sábado, as facilidades de Abqaiq e Khurais foram atacadas. Os campos produzem 1,5 milhão de barris de petróleo por dia, enquanto as plantas processam ainda mais de 7 milhões de barris vindos de várias áreas do país, de acordo com a diretora da RBC Capital, Helima Croft. A especialista considera que as exportações cairão em 5 milhões de barris de óleo no curto prazo, embora os integrantes do governo árabe digam que as exportações serão retomadas em poucos dias.

Os rebeldes Houthi assumiram a responsabilidade pelos ataques que, supostamente, teriam usado drones para serem realizados. Se for comprovado, “marcam os atentados mais efetivos e de maior alcance com uso de drones levados adiante pelas forças Houthi do vizinho Iêmen”, segundo o “The Wall Street Journal”. Os Estados Unidos afirmaram não haver evidências de que os ataques vieram do Iêmen e levantaram a possibilidade de terem sido comandados a partir do Irã ou mesmo do Iraque.

“Os ataques de drones do sábado marcaram a escalada mais dramática no impasse em relação ao Irã e colocaram a região ainda mais perto de um conflito militar”, afirmou Helima em relatório.

Para Phil Flynn, do Price Futures Group, “este é um evento histórico e pode haver ramificações

por vários anos”. O analista acrescenta ainda que outro ponto chave é a segurança. “Como a Arábia Saudita pode garantir a segurança de seus campos de petróleo no futuro? Nós já sabemos o quão rápido o ‘shale oil’ [petróleo de xisto] pode escalar. Mas tenho receio de que não seja rápido o suficiente.”

O presidente americano Donald Trump afirmou neste domingo por meio do Twitter que está autorizando o uso de reservas estratégicas dos EUA para manter os mercados “bem supridos, se necessário”.

Fonte: Valor Online

Related Posts