A Petrobras pode ser forçada a elevar os preços do diesel e da gasolina no país, segundo relatório do UBS divulgado hoje, seguindo a alta dos preços do petróleo provocada pelos ataques às instalações da Saudi Aramco, na Arábia Saudita, no fim de semana . Para o banco, o impacto desse cenário é entre neutro e negativo para a estatal brasileira.
O banco alerta que a alta nos preços do diesel pode desencadear reação de outras áreas da economia, como os caminhoneiros, que paralisaram suas atividades em maio de 2018 reivindicando diesel mais barato.
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Segundo os analistas do UBS, Luiz Carvalho e Gabriel Barra, um dos dilemas em relação à petroleira brasileira é sua capacidade de acompanhar as variações internacionais de preços e a volatilidade da taxa de câmbio.
“Agora vemos uma situação desafiadora para a empresa, pois esperamos que o petróleo suba e o real potencialmente se deprecie”, escreveram.
Ainda de acordo com os analistas, nos últimos anos a companhia deu exemplos de não ser capaz de acompanhar os preços internacionais levando a perdas significativas no refino. “A gerência atual conseguiu implementar uma estratégia bem-sucedida até o momento e esse evento pode ser um teste importante de quão sólida é a política”, ponderam eles.
Caso a empresa não demonstre capacidade de acompanhar os preços e repasse aos consumidores, os analistas acreditam que a capacidade do BNDES de vender sua participação na empresa pode estar em risco e o desinvestimento do parque de refino da empresa pode encontrar até mais desafios.
Apesar da perspectiva negativa em relação à alta do preço do petróleo, o banco elevou o preço-alvo das ações ordinárias e preferenciais da Petrobras – a ação ON passou de R$ 38 para R$ 39 e a ação PN de R$ 33 para R$ 34, refletindo as taxas de câmbio mais altas. “Mantemos nossa perspectiva positiva”, escreveram os analistas.
A recomendação do UBS para Petrobras é de compra.
Já o Credit Suisse acredita que a estatal brasileira pode se beneficiar do preço mais alto do barril de petróleo. “No entanto, em nossa opinião, ainda é incerto se a Petrobras passará imediatamente o aumento para os preços domésticos de gasolina e diesel ou se absorverá parcialmente a volatilidade com aumentos graduais”, informou o banco.
Hoje, a equipe global de óleo e gás do banco, composta por William Featherston, Manav Gupta, Christopher Zhang, William Janela e Michael Ziffer, escreveu relatório em que avaliam haver impactos importantes no preço devido ao aumento do risco geopolítico. “Esse ataque é um lembrete absoluto de quão limitada é a capacidade disponível global e dos riscos de preços mais altos devido à crescente tensão geopolítica no Oriente Médio”, diz o relatório.
Fonte: Valor Online
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