Os preços do petróleo encerraram a sessão desta quarta-feira (25) em queda, pressionados pelas incertezas relacionadas às disputas comerciais entre Estados Unidos e China, uma alta nos estoques americanos e pela força do dólar na sessão. Com isso, os preços das referências se aproximaram do patamar de antes dos ataques às instalações sauditas, ocorridos no dia 14 de setembro.
Os contratos do Brent, referência global, para novembro encerraram a sessão em queda de 1,12%, negociados a US$ 62,39 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os futuros do West Texas Intermediate (WTI), referência americana, terminaram o dia em queda de 1,39%, a US$ 56,49 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nimex).
Antes dos ataques à infraestrutura petroleira saudita, os contratos mais ativos da referência global e americana eram negociados a US$ 60,22 e US$ 54,85 o barril, respectivamente. Isso representa uma diferença de cerca de 3% nos preços.
“Ainda estamos vendo a precificação de alguns prêmios de risco, já que as instalações [sauditas] não estão em total funcionamento e estão claramente vulneráveis”, mas, com o Brent aproximadamente 3% acima do preço da sexta-feira anterior ao ataque, “isso é muito mais modesto e pode ser gradualmente reduzido nos próximos dias e semanas”, apontou o analista sênior de mercado da Oanda para Europa e Oriente Médio, Craig Erlam.
Efeito Trump
Na terça (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não poupou críticas à China em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, país com que tem protagonizado uma longa disputa comercial. “A China tem um mercado totalmente dependente de barreiras comerciais, subsídios e roubo de propriedade intelectual”, afirmou o mandatário americano.
A fala ampliou as incertezas dos investidores em relação a um acordo entre as duas potências mundiais, já que veio no momento em que as negociações comerciais estão agendadas para terem reinício, em Washington, no início de outubro.
Hoje, no entanto, Trump afirmou que um acordo comercial com o país asiático pode sair “antes do que muitos imaginam”, o que deu relativa força aos índices acionários e afastou o petróleo das mínimas intradiárias.
Na manhã desta quarta, dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) adicionaram pressão extra nos preços da commodity. Os estoques de petróleo dos EUA subiram o equivalente a 2,412 milhões de barris na semana encerrada no dia 20 de setembro, para 419,538 milhões, ante expectativa de consenso de queda de 200 mil barris na semana passada.
Ainda, a alta do dólar – o índice DXY subia, no meio da tarde desta quarta, 0,73%, para 99,054 pontos – normalmente contribuiu para a queda nos preços das commodities.
Fonte: Valor Online
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