A substituição de 50% da frota de ônibus urbanos das zonas metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo por veículos movidos a gás natural evitaria 10.679 mortes nas duas regiões. O dado faz parte de um estudo realizado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade divulgado nesta sexta-feira (25), no Rio de Janeiro, durante o II Seminário Internacional Mobilidade a Gás Natural, promovido pela Abegás, que representa as distribuidoras de gás natural no país.
De acordo com a diretora técnica do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag, a substituição da frota de ônibus a diesel por veículos movidos a GNV é a forma mais eficiente de reduzir a poluição atmosférica e seus impactos na saúde da população dos grandes centros urbanos do país. O seminário contou com apoio da Anfavea e patrocínio da montadora Fiat e da fabricante de motores Cummins.
A poluição promovida pelas emissões de veículos a diesel é, aponta o estado, a principal causa de óbitos relacionados à poluição por material particulado fino (chamado tecnicamente de MP2,5) nas grandes cidades brasileiras. A pesquisa, que analisa dados de registros de internações realizadas na rede pública hospitalar dos dois centros urbanos, aponta que entre 2018 e 2025 o número de mortes nas duas regiões causadas por problemas relacionados à poluição por material particulado chegará a 105 mil, dos quais, mais de 26 mil estarão relacionados à poluição gerada pelo diesel.
No mesmo período, perda de produtividade da população relacionada à mortalidade causada pela poluição gerará um custo para a economia de R$ 43,9 bilhões. Já o gasto público relacionado às internações soma R$ 84,5 milhões. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018 a poluição atmosférica provocou a morte de mais de 50 mil pessoas apenas no Brasil.
“O diesel é um combustível reconhecidamente cancerígeno”, diz Vormittag sobre os dados da pesquisa. Segundo ela, além disso, os ônibus emitem 30% do material particulado encontrado nas cidades e 25% das mortes (relacionadas à poluição atmosférica) se devem ao ônibus movido a diesel. “O uso do gás natural veicular teria um impacto muito grande em saúde pública”, defende.
A pesquisa coordenada pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade contou com a participação de médicos pesquisadores nas duas regiões, como Paulo Saldiva, professor do departamento de patologia do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Fonte: Epbr
Related Posts
O que esperar da revisão tarifária das transportadoras de gás natural em 2025
A revisão tarifária das transportadoras será um dos principais pontos da agenda do gás natural em 2025. E as empresas do setor e a ANP começam o ano discutindo as bases desse processo. No último dia 13,...
Produção de gás da Eneva aumenta 63,8% no 4T24
A produção da Eneva no quarto trimestre de 2024 foi de 0,59 bcm, sendo 0,53 bcm no Complexo Parnaíba e 0,06 bcm na Bacia do Amazonas, no campo de Azulão, direcionado ao suprimento da UTE Jaguatirica II. As...