Os contratos futuros de petróleo fecharam sem sinal único, nesta terça-feira, 3. A commodity teve uma sessão volátil, com foco no noticiário do coronavírus e seus impactos na economia e, consequentemente, na demanda pelo óleo. Além disso, países do G-7 sinalizaram que podem adotar medidas para se contrapor ao problema, embora sem um anúncio claro, enquanto o Fed, cortou os juros em 50 pontos-base, em decisão extraordinário. Investidores avaliavam ainda a possibilidade de que a Opep+ cortem mais a oferta nesta semana, para apoiar os preços.
O petróleo WTI para abril fechou em alta de 0,92%, em US$ 47,18 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para maio teve baixa de 0,08%, a US$ 51,86 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O cartel da Opep e aliados, como a Rússia, se reúnem nesta sexta-feira e podem decidir aprofundar os cortes na produção, diante de uma demanda global mais fraca por causa do coronavírus. Há relatos de que um painel do grupo recomendou um corte adicional de 600 mil barris por dia na produção de petróleo, estendendo os cortes atuais até o fim do ano.
Além disso, o Fed esteve no radar. Os contratos chegaram a subir mais de 3%, logo após o BC americano surpreender o mercado e reduzir os juros. Já o comunicado dos ministros de Finanças e dirigentes de bancos centrais do G7 sobre eventuais respostas ao coronavírus teve resposta mais tímida no mercado, na ausência de anúncios mais concretos do grupo.
O Julius Baer avalia que o petróleo por um lado é apoiado pelas sinalizações de estímulos econômicos e pela expectativa de corte na oferta de nações produtoras. O banco também comenta em comunicado, contudo, que o surto de coronavírus deve prejudicar a demanda por mais tempo do que o inicialmente projetado, embora avalie como improvável a possibilidade de grandes problemas no setor de transportes. “Nós mantemos nossa visão neutra e ainda acreditamos que o petróleo será negociado na parte inferior da faixa de preço justificada pelos fundamentos nos próximos dias”, diz o banco suíço, sem detalhar mais sua projeção de curto prazo.
Falando no mais longo prazo, a Capital Economics afirma que a desaceleração econômica na China ao longo da próxima década deve pesar sobre as commodities usadas na indústria, mas o petróleo deve lidar com essa situação de modo relativamente melhor. A consultoria comenta que o consumo per capita da China ainda é relativamente baixo e que há escopo para que ele aumente no médio prazo, conforme o país se torna mais rico.
Fonte: IstoÉ Dinheiro / Estadão Conteúdo
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