Os contratos futuros de petróleo fecharam na quinta-feira (9) em queda, após terem registrado alta superior a 13% ao longo da sessão. A perda de fôlego veio após a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) e seus aliados terem chegado a um princípio de acordo para reduzir a produção de petróleo, em meio ao colapso da demanda provocado pela pandemia do novo coronavírus.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), os contratos do West Texas Intermediate (WTI) para o mês de maio encerraram a sessão em queda de 9,28%, aos US$ 22,76 o barril, enquanto, na ICE, em Londres, os futuros do Brent para junho recuaram 3,07%, aos US$ 31,48 o barril.
Segundo relatos da imprensa, o grupo de produtores, que inclui Arábia Saudita e Rússia, deve cortar 10 milhões de barris por dia de sua produção de petróleo por dois meses. O número é modesto quando comparado às estimativas de perda de demanda de até 35 milhões de barris por dia, em meio à crise do coronavírus.
A Opep + também planeja buscar um corte adicional de 5 milhões de barris por dia na reunião do G20, que deve ocorrer nesta sexta (10).
Os investidores temem que os cortes não sejam suficientes para impedir que os tanques de armazenamento fiquem sobrecarregados, já que as medidas de restrição para conter a pandemia estão fazendo a demanda pela commodity entrar em colapso.
As negociações da Opep também têm exposto as lutas internas entre os principais produtores, incluindo os EUA, sobre a melhor forma de responder aos efeitos da pandemia na commodity.
O envolvimento dos EUA é visto como chave para o sucesso de novas negociações para cortes adicionais. O Kremlin insistiu que os americanos devem fazer mais do que apenas permitir que as forças do mercado reduzam sua própria produção recorde.
Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirma que o corte de seu país acontecerá “automaticamente”, à medida que os baixos preços colocarem os produtores de xisto em apuros.
“Os fundamentos da oferta e demanda são horríveis”, disse o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo. Ele disse que o declínio no segundo trimestre seria “perto de 12 milhões [de barris por dia] e em expansão”, o que é “sem precedentes nos tempos modernos”.
Fonte: Valor Online