O consumo total de gás natural no Brasil manteve-se estável em agosto na comparação com o mês de julho. O volume demandado permaneceu o mesmo: 51,87 milhões de metros cúbicos/dia. Em comparação com agosto de 2019 (70.79 milhões de metros cúbicos/dia), no entanto, a retração ainda é expressiva: 26,7%. Os dados fazem parte de levantamento estatístico mensal da Abegás com as distribuidoras de todo o País.
Em agosto, o consumo do segmento industrial releva um crescimento de 2,6% em relação a julho, saindo de 26,14 milhões de metros cúbicos/dia para 26,83 milhões de metros cúbicos/dia, mas ainda abaixo dos 27,68 milhões de metros cúbicos/dia registrados em agosto de 2019. A queda no período de 12 meses foi de 3,1%.
Outro segmento que apresenta uma curva de recuperação é o automotivo, subindo ao patamar acima de 5 milhões de metros cúbicos/dia pelo primeiro mês desde o início da pandemia – em agosto foram 5,3 milhões de metros cúbicos/dia ante 4,8 milhões de metros cúbicos/dia em julho (alta de 9,8% na demanda). O número, no entanto, ainda está 11,4% abaixo do registrado em agosto de 2019 e ainda distante da média de 2019 (acima do patamar de 6 milhões de metros cúbicos/dia).
“O grande destaque em agosto foi a recuperação do segmento comercial, de 21,6%, reflexo das medidas de flexibilização que permitiram a reabertura de bares, restaurantes e shoppings em muitos estados, além da gradual retomada da confiança do consumidor em outros serviços que usam gás encanado, como padarias e lanchonetes, a partir de uma razoável melhora do quadro sanitário, especialmente em cidades onde o consumo é relevante. O crescimento do consumo de GNV, bem como o da indústria, reforça sinais de uma ainda tímida, mas progressiva retomada da atividade”, explica o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon. “O grande destaque em agosto foi a recuperação do segmento
“O apagão no Amapá, onde a população tem sofrido com a falta de energia elétrica, mostra que o Brasil precisa urgentemente promover uma integração entre o setor de gás natural e o setor elétrico. É inconcebível que o País coloque em risco sua segurança energética enquanto dispõe de reservas imensas de gás no Pré-Sal, na Região Amazônica e em outros campos exploratórios. As térmicas a gás devem ser inseridas na base do sistema elétrico, e serem contratadas em leilões que as instalem no interior do País, garantindo aumento da oferta de gás e, ao mesmo tempo, a certeza de que não vai faltar energia”, acrescenta Salomon.
“É preciso que o Congresso aprimore o texto original do chamado ‘PL do Gás’. É fundamental termos mais investimento no setor e não afugentar possíveis investidores por inseguranças jurídicas”, diz Salomon. O número de unidades consumidoras de gás natural já ultrapassa 3,7 milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.
Consumo em agosto/20 vs julho/20 em todos os segmentos*
Industrial — Crescimento de 2,6%.
Automotivo — Alta de 9,8%.
Comercial — Crescimento de 21,6%.
Residencial — Recuo de 1,5%.
Cogeração — Queda de 1,7%.
Geração elétrica — Retração de 7,3%.
Destaques do consumo nas regiões: Agosto/20*
O destaque positivo foi o crescimento no segmento automotivo de 9,8%, na média. Em comparação com julho, a alta foi de 11% no Sudeste, 4% no Sul, 3,2% no Centro-Oeste e 9,4% no Nordeste.
Fonte: Abegás / Comunicação
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