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Brasil pretende reduzir reinjeção de gás

Na tentativa de reduzir as reinjeções do gás natural de volta aos poços nos locais de produção, o governo brasileiro criou novas regras para facilitar o desenvolvimento de usinas a gás, com início de despacho previsto para 2026.

A reinjeção do gás natural ocorre quando os produtores injetam gás de volta no poço, a fim de aumentar o fluxo de petróleo bruto do poço, ou então o gás de sequestro que não pode ser exportado. A prática é comum entre os produtores de petróleo no Brasil, já que o país não possui capacidade suficiente de transporte ou processamento de gás natural disponível, além de pouca demanda por energia a gás.

Mas o Brasil agora tenta aumentar a produção de gás de uso para reforçar seu portfólio de geração de energia, que é fortemente dependente da geração hidrelétrica.

O próximo leilão de longo prazo para empresas de distribuição de energia no país para garantir geração será em 30 de setembro. Nesse leilão, os campos de gás que não estiverem em operação comercial poderão ser oferecidos como garantia de disponibilidade de gás para geração de energia térmica.

Isso significa que novas usinas a gás poderão participar da rodada de licitação, apresentando campos de gás classificados como “recursos de contingência” como garantia de fornecimento de gás. Os produtores de gás só terão que declarar o propósito comercial desses campos se um projeto de usina a gás vencer a licitação.

As mudanças nas regras foram sugeridas pelo Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, a fim de incentivar mais empresas produtoras de gás a realizarem vendas comerciais. As medidas são projetadas para criar âncoras de demanda de gás através da geração térmica.

Os recursos contingenciais de gás natural poderão adicionar 84 m³/d à produção brasileira de gás até 2029, segundo projeção da empresa federal de pesquisa energética EPE. A produção brasileira de gás em março foi de 126 m³/d, com 59mn m³/d desse gás reinjetado.

O Brasil também diminuiu o período de disponibilidade inicial de fornecimento de gás para uma usina térmica necessária para a construção de uma nova usina a gás de 10 anos para oito, em outra medida para tentar impulsionar o desenvolvimento do gás natural no país.

Antes das mudanças nas regras, os produtores de petróleo não tinham mais incentivo para parar as reinjeções de gás no poço, com menor demanda de gás. Com as novas regras, mais empresas poderiam ter a segurança da demanda firme para a geração de energia, o que pode aumentar a viabilidade de investir em dutos e unidades de processamento, e os produtores de petróleo e gás não precisam iniciar a comercialização antes do leilão. Eles só têm que parar a reinjeção e enviar gás para o mercado se a usina térmica ganhar o leilão.

“Este é um dilema típico de galinha-ovo”, disse o Departamento de Gás Natural sobre a motivação para as mudanças.

A EPE disse que as mudanças nas regras do leilão podem aumentar os participantes e diminuir os custos afundados para a exploração de campos de petróleo e gás.

Fonte: O Petróleo

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