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BofA prevê gás natural mais caro e escasso antes do inverno no Hemisfério Norte

Os preços de gás natural devem atingir novos recordes históricos de alta antes do inverno chegar, afirma o Bank of America (BofA) em extenso relatório enviado a seus clientes.

A tendência de alta foi potencializada, segundo o banco, pela forte alta também do carvão à medida que a maior demanda de mercados asiáticos por gás deixou buracos na oferta para a Europa.

O BofA projeta que atrasos no desenvolvimento de novos campos de exploração de gás natural em todo mundo deve manter os mercados globais da commodity com oferta mais apertada até 2025 – o que deve provocar ganhos significativos para o setor de exploração de gás, e manter os preços mais elevados muito além deste inverno no Hemisfério Norte, com os efeitos sendo sentidos pelo menos até 2023.

Segundo o banco, os estoques de gás da Europa devem permanecer baixos mesmo se o Nord Stream 2, o gasoduto que liga a Rússia até a Alemanha, iniciar suas operações. Junto com os níveis estocados na União Europeia, o total ainda ficaria muito abaixo do nível normal para o inverno. Os analistas do banco acreditam que os preços praticados hoje já incluem um prêmio relativo ao clima frio mesmo antes do inverno começar.

“Acreditamos que mesmo se o plano da Gazprom de atender 50% da capacidade do Nord Stream 2 no quarto trimestre de 2021 for concretizado, o gás iria aliviar apenas metade da escassez dos estoques europeus durante o inverno – considerando que as atividades do Nord Stream 2 começassem imediatamente”, destaca o relatório assinado pela equipe de petróleo e gás do banco.

O BofA alerta, contudo, que a análise de oferta e demanda de gás da Rússia feita pela equipe indica que a capacidade da Gazprom enviar volumes adicionais para Europa pode ser limitada neste inverno porque a Rússia – assim como a Europa – está com estoques baixos de gás mesmo com a Gazprom atingindo picos de produção de cerca de 10 anos. E a Rússia precisa fazer estoques antes do inverno começar. O banco também acredita que é improvável que a Gazprom contrate capacidade de transporte extra para aumentar o fluxo de gás para Europa.

Diante deste cenário, o BofA estima preços elevados de gás para o último trimestre de 2021 – média de US$ 5,8 por milhão de unidades térmicas britânicas, para 2022 – em torno de US$ 5 por milhão de unidades térmicas britânicas no primeiro trimestre e de US$ 4 no quarto trimestre – e também para 2023, uma média anual de US$ 3,3. O preço mais elevado irá melhorar o resultado das empresas do setor. A estimativa do banco é de um Ebitda 18% maior para as empresas exploradoras de gás em 2022 e 9% maior em 2023, com a Gazprom sendo a principal beneficiada.

Fonte: Valor Econômico

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