A Petrobras ofereceu às distribuidoras de gás natural canalizado, que têm contratos com vencimento em dezembro, nova proposta de fornecimento do insumo por quatro anos, a partir de janeiro de 2022, com reajuste de 50% no preço atual.
O valor do gás subiria cerca de US$ 8 para US$ 12 por milhão de BTU no primeiro ano dos novos contratos. Nos subsequentes, haveria redução de preços. Há três semanas, distribuidoras e indústrias criticaram os termos da primeira proposta da Petrobras para a renovação dos contratos, que previa alta de duas a quatro vezes do preço do gás natural. Cerca de metade do volume total de suprimento das distribuidoras estaduais de gás canalizado fica descontratado na virada do ano. Esse cenário afeta o fornecimento parcial ou total de empresas como Comgás (SP), CEG (RJ), Gasmig (MG) e Cegás (CE).
Há três semanas, distribuidoras e indústrias criticaram duramente os termos da primeira proposta da Petrobras para a renovação dos contratos de suprimento, que previa aumento de duas a quatro vezes no preço do gás natural. Dependendo da extensão contratual, o valor passaria para até US$ 35 por milhão de BTU.
A explicação para o reajuste explosivo seria a crise energética global e a necessidade da estatal de pagar mais pelas importações de gás natural liquefeito (GNL) usado como combustível de usinas termelétricas, que têm sido mais acionadas devido ao baixo volume dos reservatórios.
Distribuidoras e indústrias reclamam que correm o risco de serem punidas por essa política de preços da Petrobras mesmo na condição de clientes diretas ou usuárias fixas do insumo fornecido pela estatal, na modalidade inflexível (sem opção de reduzir os volumes por eventual baixa demanda).
A Abegás entrou com representação no Cade relatando “práticas anticompetitivas” da petroleira. A Petrobras apresentou, então, a nova proposta – com reajuste de 50% nos contratos de quatro anos.
“Na avaliação da Abegás, embora estabeleça condições flexíveis, a nova proposta ainda gera forte impacto para o mercado, que convive com um cenário de retomada econômica abaixo do ritmo esperado”, afirmou a associação, em nota. “A Petrobras tem mostrado sensibilidade e disposição ao diálogo, mas as indústrias entendem que ainda há espaço para avançar”, disse o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa.
Procurada, a estatal disse que “reforça seu compromisso em oferecer às distribuidoras de gás natural mecanismos contratuais para reduzir a volatilidade e conferir mais previsibilidade aos preços do produto, mantendo o alinhamento com o mercado internacional”. “Para atender a demanda brasileira por gás natural em 2022 será imprescindível complementar a oferta com importação de GNL. Observa [1]se que a alta demanda por GNL e limitações da oferta internacional resultaram em expressivo aumento do preço internacional do insumo, que chegou a subir cerca de 500% em 2021”, afirmou a Petrobras. “Buscando atenuar tal aumento, a Petrobras ofertou contratos com referência de indexadores ligados ao GNL e ao Brent, assim como a opção de parcelamento nos contratos de maior prazo”.
Fonte: Valor Econômico
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