Em audiência com o ministro da Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o grupo Coalizão pela Competitividade Gás Natural (CCGNMP) apresentou a situação atual do setor e propostas para o aumento de disponibilidade e competitividade do gás natural como matéria-prima, com ênfase no desenvolvimento do setor químico e de fertilizantes no Brasil.
Segundo a entidade, o objetivo é tornar o país menos dependente de importações, estimulando o surgimento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico. No atual contexto, o Brasil dispõe de grande quantidade de gás natural associado no pré-sal, porém longe dos consumidores industriais, já que quase a metade é reinjetada.
A previsão é que a oferta de gás natural no Brasil aumente muito até 2030, mas para que isso aconteça é preciso de investimentos em infraestrutura de gasoduto de escoamento e unidade de processamento, por exemplo, a fim de garantir a utilização pelo mercado nacional.
“Quando a coalizão apresentou os estudos preliminares ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin, o nosso foco foi a realidade atual, na qual o gás natural matéria-prima produzido no pré-sal da bacia de Santos, conta no momento com 45% de reinjeção, contra a média mundial de 20% e no futuro próximo o pós-sal de Sergipe será matéria prima essencial aos consumidores industriais”, disse em nota o presidente do grupo, Joaquim Maia.
De acordo com o executivo, a disponibilização do energético a preços competitivos para produção de químicos e fertilizantes pode gerar um ciclo virtuoso e sustentável de desenvolvimento ao país, além de contribuir para a eliminação da vulnerável posição que de importadores de insumos químicos e de fertilizantes, que o Brasil se encontra.
A coalizão diz que está iniciando um estudo detalhado do gás natural como matéria-prima, incluindo oferta, demanda, escoamento, gargalos existentes bem como tributação com recomendações de ações e políticas públicas junto à PUC-Rio.
O motivo do encontro não é necessariamente novo. A entidade já havia apresentado a pauta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em janeiro, e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em julho de 2022.
A CCGNMP é um grupo formado por associações ligadas aos setores de engenharia industrial (Abemi), infraestrutura e indústrias de base (Abdib), indústria química (Abiquim), distribuidoras de gás canalizado (Abegas), transportes (CNT), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec/SE) e transportadoras de gás (TGBC).
Fonte: Valor Online