O grupo Delta Energia começou a operar o seu braço de comercialização de gás natural – a Delta Comercializadora de Gás – e espera fechar seus primeiros contratos este ano. A empresa mira tanto as chamadas públicas das distribuidoras como oportunidades no mercado livre. A companhia é dona da termelétrica William Arjona (190 MW), no Mato Grosso do Sul, e tem contrato com a estatal boliviana YPFB, para importação de gás na modalidade interruptível. A comercializadora de gás do grupo tem acordo com os bolivianos até 2024. A térmica foi inaugurada em 2021, no meio da crise energética, quando os preços da energia termelétrica dispararam, em razão da escassez nos reservatórios das grandes hidrelétricas. Dez anos após obter autorização da ANP para exercer a atividade de comercialização de gás, a, enfim, estruturou as operações para começar a rodar o negócio.
O presidente da Delta Geração, Alessandro di Domenico, acredita que haverá janelas para importação do gás boliviano este ano, em pequena escala. A aposta da companhia está na oferta de produtos flexíveis, no mercado spot, com menos penalidades que os contratos tradicionais de take-or-pay (volume mínimo de gás que deve ser retirado, para não pagamento de penalidades). “Precisamos de criatividade, trazer inovações para nossos contratos”, disse. A Delta obteve, nas últimas semanas, autorização para para importar gás natural da Argentina e Bolívia, além de operar na importação de gás natural liquefeito (GNL). Mas ainda não tem contratos assegurados para importação da Argentina e de cargas de GNL no mercado global. A expectativa, portanto, é começar as operações com a importação da Bolívia. Domenico cita o amadurecimento gradual do mercado brasileiro. NTS e TAG, por exemplo, estreiam este ano contratos diários para contratação de capacidade nos gasodutos. O executivo está confiante na abertura do mercado brasileiro. “Estamos banhados de gás natural por todos os lados no Brasil”, disse di Domenico. “É um mercado que vai acontecer, sem dúvida”, completou.
Fonte: Epbr
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