Executivos de empresas que atuam na exploração de gás natural no Brasil disseram que mudanças regulatórias “abruptas” e carências em infraestrutura para o setor afetam “bastante negativamente” a perspectiva para investimentos no país.
As declarações foram dadas durante o seminário “Futuro e oportunidades do setor de óleo e gás no Brasil”, realizado pelo IBP com o apoio do Poder360, em Brasília.
“Um ambiente com mudanças abruptas no arcabouço regulatório ou fiscal torna decisões mais difíceis, porque aumenta a incerteza e a percepção de risco do país e afeta bastante negativamente a competitividade para projetos aqui”, afirmou Veronica Coelho, presidente da Equinor Brasil.
Na avaliação dela, autoridades responsáveis pela regulação do setor de gás natural têm de compreender que a competição por investimentos não se dá entre Bahia, Rio de Janeiro ou São Paulo, mas, sim, entre o Brasil e os Estados Unidos.
Nesse sentido, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Costa, pediu uma “harmonização” das regulações federais, estaduais e municipais.
O executivo afirmou que a infraestrutura para atender o setor de gás natural tem uma “carência gigantesca”. Segundo Costa, a Argentina tem uma malha de gasodutos 30% maior que a do Brasil. A da Europa é 20 vezes maior que a brasileira e a dos Estados Unidos, 40 vezes maior.
A diretora-executiva de Gás Natural do IBP e mediadora do painel, Sylvie D’Apote, disse que a Europa precisou de 15 a 20 anos para consolidar seu arcabouço regulatório para o setor. “O Brasil pode queimar etapas”, afirmou.
Fonte: Poder 360