Potencializado pelo novo mercado do gás, o biogás tem se transformado em oportunidades de novos negócios para o setor no Brasil. O energético é produzido a partir de resíduos efluentes. De acordo com o diretor da Mercurio Partners, Leonardo Vannier, há muitas indústrias que geram resíduos que não eram tratados e que podem ser transformados em biogás. “É um negócio novo com um retorno bastante positivo, vender biogás ou biometano para consumidores.
É um mar gigante de possibilidades de investimentos”, explica. Ele vê o mercado aquecido, mas considera que o financiamento ainda é um desafio para o biogás no país, assim como a comercialização e a logística do energético. Segundo Vannier, a falta de gasodutos em determinadas regiões pode dificultar a viabilização de negócios. “Como muitas dessas indústrias estão espalhadas pelo interior, não tem gasoduto e depende um pouco de uma tecnologia de logística de gás ou conexão de novos gasodutos”, avisa. A Mercurio é sócia com o Grupo Gera e a Orizon Valorização de Resíduos, da UTE Paulínia (SP – 25,3 MW), que gera energia a partir do biometano.
A consultoria vê nos leilões de capacidade e de térmicas da Eletrobras a maior expectativa para o setor termelétrico do ano. Para Eduardo Faria, sócio e diretor da Mercurio, o certame das térmicas da MP da Eletrobras deve sofrer algum tipo de atraso, porque com previsão de realização em julho, diretrizes já deveriam ter sido divulgadas. Já o leilão de capacidade ou potência, por ser no fim do ano, teria mais tempo para ser organizado. Ele vê certa apreensão por parte dos agentes com a realização desses leilões, uma vez que no ano passado, o leilão de potência já não foi realizado. No ano passado, o leilão de capacidade foi cancelado para que novas alternativas, além da fonte termelétrica, fossem debatidas e apresentadas. Faria não acredita que haverá tempo hábil para elaboração de novas regras com outras soluções que insiram a neutralidade tecnológica com outras fontes de energia. Ele salienta que o mercado está prevendo uma alta demanda nesse leilão, de cerca de 8 GW.
Para estar apto a participar de um certame, um projeto demanda investimentos iniciais e estudos prévios relativos a gasodutos e conexões. Licenciamento, EPC e estruturação de financiamento são outros pontos que envolvem uma usina que vai à disputa.
“Tem várias questões que deixam os agentes apreensivos e com dúvida mesmo onde investir”, avisa. Segundo Faria o novo mercado do gás tem conseguido proporcionar novos negócios ao setor, com novos entrantes a fim da comercializar o energético.
Os entraves com a legislação estaduais ainda persistem, mas são mitigados pela disposição de investidores e consumidores. “Não tem mais volta, o mercado de gás já abriu e está caminhando para consumidores poderem virar consumidores livres, como já aconteceu no mercado de energia muito tempo atrás”, comenta o diretor da Mercurio.
Fonte: Canal Energia –
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