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Transição energética exigirá mais gás não-convencional, diz Rystad; Oriente Médio será peça-chave

O crescimento da demanda por gás natural levará a um aumento de 12,5% na produção global até 2030 e isso exigirá investimentos mais fortes na descoberta de novas reservas, no mundo, de acordo com análise da Rystad Energy.

Mesmo com o rápido crescimento das renováveis, a consultoria destaca que os campos de gás existentes entrarão em declínio nos próximos anos e não serão capazes de satisfazer o aumento do consumo global.

E aí o Oriente Médio, com destaque para as reservas de gás não-convencional, desponta como peça-chave para preencher essa lacuna, fornecendo cerca de 20 milhões de toneladas por ano de gás natural liquefeito (GNL) até 2040.

Historicamente, lembra a Rystad, o Oriente Médio (ao lado da Rússia) dominou a produção de gás. E essa situação não mudará tão cedo, à medida que países da região reforçam os planos de produção, como parte das suas novas estratégias de transição energética.

“O Oriente Médio é um dos principais impulsionadores desta mudança, avançando lentamente para o desenvolvimento e aumento dos volumes de gás como parte das suas novas estratégias de transição energética”, comentou Aatisha Mahajan, vice-presidente de exploração da Rystad Energy.

A Arábia Saudita é um exemplo dessa estratégia de gaseificação. O país prevê atingir uma produção de 125 bilhões de m3/ano até o fim da década – o que exigirá investimentos em novos campos de gás não-convencional, como Jafurah. A Rystad Energy estima que o projeto poderá representar quase 15% da produção total de gás da Arábia Saudita na segunda metade da década de 2030.

A Rystad cita que o gás não-convencional – em especial o shale dos Estados Unidos – experimentou um rápido crescimento nos últimos anos, devido aos avanços tecnológicos e à redução dos prazos de entrega de projetos. Isso fez com que a participação do não-convencional dentro da produção mundial de gás tenha saltado de 4% em 2000 para 12% em 2022 e 35% em 2023.

E a expectativa é que essa participação se mantenha acima dos 30% até 2030. O boom do shale moderou, então, os esforços em exploração de gás convencional – o que explica o fato de quase 70% dos volumes convencionais descobertos ainda não terem avançado para a etapa de desenvolvimento. Apenas 32% dos volumes de gás convencional descobertos desde 2010 estão em produção.

Fonte: Epbr

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