Aposta no setor de gás canalizado reforça visão de ser um ator ativo na transição energética, diz CEO da Energisa

Um ano depois de investir na aquisição da distribuidora de gás natural do Espírito Santo, a ES Gás, o Grupo Energisa – mais conhecido pela atuação no setor elétrico – reforçou sua posição no setor de gás canalizado.

Controladora da Infra Gás, adquirida pela Energisa em maio, a companhia acaba de anunciar a compra de 51% da Norgás, empresa surgida em 2023 a partir da cisão parcial da Commit. Com a operação, o Grupo a Energisa passa a deter, via Norgás, participações societárias na CEGÁS (29,4% do capital total), Copergás (41,5%), Algás (29,4%) e Potigás (83%), que operam, respectivamente, nos estados do Ceará, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte.

“Fizemos essa escolha e essa aposta, pois o gás natural se encaixa perfeitamente em nossa visão de construir um ecossistema capaz de oferecer energia elétrica e ser um ator ativo na transição energética”, afirmou o CEO do Grupo Energisa, Ricardo Botelho.

Botelho enfatizou que, no cenário atual de busca por fontes mais limpas, o gás natural deve ser mais bem aproveitado, tanto como combustível para a redução de emissões quanto como insumo para indústrias de base. “A transição energética exige um alinhamento rápido de políticas públicas e uma atuação cooperativa para intensificar a demanda por gás”, destacou.

O CEO do Grupo Energisa mencionou ainda iniciativas no Espírito Santo, onde mais de 20 projetos estão em andamento para criar um hub dinâmico de gás, reforçando a visão de promover a transição energética até 2030.

Tadaharu Shiroyama, presidente da Mitsui Gás, acionista relevante no setor de gás canalizado, apontou para a relevância do trabalho conjunto entre os principais atores deste segmento, entre eles as distribuidoras, fornecedores, clientes e agências reguladoras. “No Japão, ao contrário do Brasil, não possuímos os recursos naturais, de bens e alimentos, essenciais para a vida dos humanos. Importamos tudo. Nossa expectativa é grande em relação ao País. Acho que temos espaço para melhorar e desenvolver, se encontrarmos esse ponto de integração dentro desta cadeia econômica. Ou viveremos juntos ou morreremos juntos”, sentenciou Shiroyama, destacando que, no futuro, têm ambições para investir em biocombustíveis, em especial no biometano.

Marcelo Mendonça, diretor técnico-comercial da Abegás, defendeu que a distribuidora é caminho da monetização do gás e reforçou a necessidade de se agregar oferta e demanda. Segundo ele, na matriz energética atual, 50% da emissão de carbono vem do setor de transporte. “Quem polui é o diesel nesse sistema. Se entramos com biometano e gás natural, para despoluir esse sistema, mas continuamos importando diesel, esse esforço seria em vão. É hora de considerar que, na demanda, todos os consumidores importam: o industrial, o comercial, o residencial”, apontou.

Mendonça completou que é a favor do mercado livre, que desobriga as distribuidoras dos riscos da contratação do gás. Mas alerta que é uma lógica oposta à do mercado livre de uma plataforma de vendas online. “O transporte e a distribuição têm que ser remunerados pelo serviço. Não se pode penalizar o usuário que decidiu ficar no mercado cativo a que se pague mais pelo sistema”, finalizou.

Marcelo Mendonça, diretor técnico-comercial da Abegás, defendeu que a distribuidora é caminho da monetização do gás e reforçou a necessidade de se agregar oferta e demanda. Segundo ele, na matriz energética atual, 50% da emissão de carbono vem do setor de transporte. “Quem polui é o diesel nesse sistema. Se entramos com biometano e gás natural, para despoluir esse sistema, mas continuarmos importando diesel, esse esforço seria em vão. É hora de considerar que, na demanda, todos os consumidores importam: o industrial, o comercial, o residencial”, apontou.

Mendonça completou que é a favor do mercado livre, que desobriga as distribuidoras dos riscos da contratação do gás. Mas alerta que é uma lógica oposta à do mercado livre de uma plataforma de vendas online. “O transporte e a distribuição têm que ser remunerados pelo serviço. Não posso penalizar o usuário que decidiu ficar no mercado cativo a que se pague mais pelo sistema”, finalizou.

A presidente executiva da Abiogás, Renata Isfer, comentou o crescimento acelerado do biometano no Brasil, com diversas empresas investindo em sua produção. “Ficou claro que o biometano tem uma grande vantagem na descarbonização, por estar mais próximo da demanda”.

Isfer ressaltou que o biometano é uma solução eficiente tanto para transportadores quanto para usuários, unindo diferentes etapas da cadeia energética com interesses comuns. No entanto, um dos principais desafios está na infraestrutura, que foi construída pensando na oferta de gás natural, não de biometano. “Precisamos redesenhar essa infraestrutura, criando hubs que facilitem a distribuição do biometano”, explicou.

Outro ponto crucial, segundo Isfer, é a adaptação da regulação, que segundo ela precisa ser ajustada para incluir o biometano. “Estamos lidando com situações diferentes, e a qualidade do biometano, por exemplo, requer uma integração e harmonização de tecnologias mais acessíveis que garantam sua qualidade”, comentou. Ela também abordou o papel do mercado livre no setor, sugerindo que um modelo parcialmente livre poderia estimular a comercialização do biometano, permitindo que consumidores adquiram volumes menores diretamente dos produtores. Com boas perspectivas para o futuro, Isfer acredita que, até 2032, o setor pode atingir 8 milhões de m³ por dia, com uma forte contribuição para o transporte pesado e de passageiros.

Fonte: Abegás / Comunicação