A empresa Pan American Energy avalia dobrar a produção de gás natural no megacampo de Vaca Muerta, na Argentina, com foco no mercado brasileiro. A petroleira argentina opera no Brasil na geração de energia renovável, por meio de parques eólicos, e vê a indústria brasileira com grande potencial para diversificar seus negócios. A estatal argentina Enarsa lançou, recentemente, a licitação das obras de reversão do fluxo do Gasoduto Norte, a infraestrutura de transporte de gás natural que conecta a Bolívia à Argentina. Na prática, existe a possibilidade de criar uma rota integrada para transporte do insumo extraído de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil, utilizando tanto o Gasoduto Norte (para levar o gás argentino à Bolívia) quanto o Gasbol (para transportar este gás da Bolívia para o Brasil). Essa integração pode otimizar a infraestrutura existente e viabilizar o escoamento do gás argentino para o mercado brasileiro no curto prazo, enquanto outras opções logísticas, como novos gasodutos ou transporte de gás natural liquefeito (GNL), estão sendo desenvolvidas. Atualmente, a produção de gás natural no Brasil não ultrapassa 150 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), sendo que cerca de metade é reinjetada.
Para o diretor-geral da Pan American, Alejandro Catalano, o Brasil precisa de mais gás para continuar se desenvolvendo, e a Argentina pode suprir essa demanda. “O gás de Vaca Muerta já é uma realidade. Já há mais de 2.300 poços perfurados (…). A Pan American Energy está presente em oito blocos da bacia argentina. Estamos operando 10 milhões de m³ por dia e planejamos dobrar essa produção em quatro anos”, afirmou o diretor-geral da empresa, Alejandro Catalano. O executivo diz que a empresa quer ser o principal fornecedor de gás da Argentina para o Brasil, mas não revela metas de quanto o Brasil poderia absorver desse montante, considerando que já há exportações argentinas para outros mercados, como o Chile. Além disso, outras empresas, como TotalEnergies, Pluspetrol e Tecpetrol, estão em busca de oportunidades de envio de gás ao Brasil. Segundo Catalano, um mercado de gás mais livre no Brasil pode favorecer a concorrência e atrair investidores. No médio prazo, a empresa pretende trazer um navio de gás natural liquefeito (GNL) do país vizinho para ofertar ao mercado nacional a partir de 2027. “Temos investimentos consolidados no Brasil, com parques eólicos; temos uma equipe local, uma comercializadora de gás com autorização da ANP, permissões de importação para trazer o gás e alguns acordos já firmados no Brasil”, frisa.
Fonte: Valor Online
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