Para o vice-presidente da Associação Internacional de Gás (IGU), Andreas Stegher, o gás natural é essencial para garantir segurança energética para o desenvolvimento global e para melhorar a vida das pessoas. Segundo ele, o gás natural é estratégico no processo de evolução energética, em um mix com fontes de energia renovável para assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível para todos. “Temos que entregar energia 24h por dia e de forma flexível e segura. Por isso, o gás natural é um combustível essencial para o setor de energia no contexto da transição”, disse o vice-presidente da IGU. Além disso, o executivo destacou a importância de reconhecer as especificidades regionais para o desenvolvimento do mercado global de gás e nas estratégias de descarbonização. Em sua visão, a indústria do Brasil está em um caminho bom e que há formas de seguir adiante, como mais investimentos no médio e longo prazo. “Para isso acontecer precisamos estabilidade e previsibilidade das regras e de suporte financeiro”, observou Stegher. Ele também lembrou do declínio natural da produção, no qual se não houver investimento em oferta, o risco é de queda da oferta enquanto a demanda aumenta.
Sobre a oferta de gás natural, o gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassu, os projetos como Rota 3, Raia e SEAP Sergipe Águas Profundas (SEAP) poderão ampliar a oferta nacional e reduzir as importações. A diversificação de agentes, na oferta e na demanda, permite auxílio ao desenvolvimento de novos contratos, completou ele. Já a vice-presidente de Novas Cadeias de Valor da Equinor, Claudia Brun, entende a necessidade de continuar a agenda regulatória e ter uma agência “forte” que consiga implantá-la. “Ter mais agentes é necessário para um mercado mais competitivo”, destacou a executiva. O presidente da Abpip, Márcio Félix, destacou a diversidade de produção de gás onshore no país e o crescimento previsto para os próximos anos. “Temos a previsão de uma produção de gás natural em 2028 de 29 milhões de metros cúbicos, quase uma Bolívia em terra”, disse ele.
Já o diretor geral da Pan American Energy, Alejandro Dupuy, disse que a empresa já tem um projeto de dois navios para liquefação e exportação de GNL para comercializar o gás de Vaca Muerta, na Argentina, para o restante do mundo, com capacidade que pode alcançar 6 milhões de toneladas anuais equivalentes a 27 milhões de m3/dia até 2028. Outros quatro navios estão no pipeline da companhia no longo para exportação de GNL provenientes do gás de Vaca Muerta. Segundo Marisa Basualdo, gerente jurídica de negócios da TotalEnergies Gas para o Cone Sul, pioneira em trazer o gás de Vaca Muerta para o Brasil, o processo de viabilização do negócio levou mais de 1 ano e meio. “Foram conversas com autoridades e todos os elos do setor para licenciamento e promoção de workshops com análise de ambientes regulatórios”, explicou ela. O diretor comercial da New Fortress Energy, Edson Rea, comentou que é fundamental analisar algumas variáveis, como preço e disponibilidade do gás natural, para alcançar uma demanda firme e integrar toda região do continente com o gás de Vaca Muerta. Angélica Laureano, diretora presidente da TBG, destacou que o movimento de migração para o mercado livre foi um incentivo adicional para a entrada de novos fornecedores nos últimos quatro anos para o segmento de gás natural.
Fonte: PetróleoHoje
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